
As sessões, conduzidas pelo juiz Robert Jay, prosseguem até sexta-feira (31). O magistrado poderá decidir até o fim da semana se o caso segue adiante ou se será arquivado — embora seja mais provável que o julgamento se estenda por semanas ou até meses.
O ex-piloto da Ferrari pede uma declaração judicial de que deveria ter sido o campeão mundial de 2008, além de uma indenização de US$ 85,9 milhões (cerca de R$ 461 milhões), acrescida de juros.
Massa perdeu o campeonato por apenas um ponto para Lewis Hamilton, após o polêmico Grande Prêmio de Cingapura, marcado pela batida proposital de Nelsinho Piquet, da Renault, que mudou o rumo da corrida e acabou beneficiando o espanhol Fernando Alonso.
Na ocasião, Massa liderava a prova, mas acabou prejudicado ao entrar nos boxes durante o safety car e sair com a mangueira de combustível presa ao carro, terminando apenas em 13º lugar. Hamilton, com o quinto lugar, somou pontos suficientes para ficar com o título.
O processo foi motivado por declarações de Bernie Ecclestone ao portal F1 Insider, em que o ex-dirigente admitiu que sabia do escândalo em 2008, mas que, junto com o então presidente da FIA, Max Mosley, decidiu não anular a corrida para “proteger o esporte”.
“De acordo com as regras, provavelmente teríamos que anular a corrida em Cingapura nessas circunstâncias. Para fins da classificação do Campeonato Mundial, ela nunca teria acontecido. Então, Massa teria sido campeão, e não Hamilton”, disse Ecclestone na entrevista.
A fala foi interpretada pelos advogados de Massa como prova de omissão deliberada das autoridades da Fórmula 1, que, segundo eles, mudou o resultado esportivo e histórico do campeonato.
O escândalo veio à tona em 2009, quando Nelsinho Piquet e seu pai revelaram que a batida no GP de Cingapura havia sido ordenada pela equipe Renault para favorecer Alonso, que acabou vencendo a corrida. O caso ficou conhecido como “Cingapuragate” e levou à suspensão da Renault e do chefe de equipe Flavio Briatore.
Apesar das punições, os resultados da corrida foram mantidos, o que até hoje revolta Massa e parte dos fãs da Ferrari.
