A Associação de Tenistas Profissionais (ATP) divulgou o novo livro de regras que passa a valer a partir da temporada 2026, trazendo mudanças relevantes no cálculo do ranking mundial e nas obrigações dos principais jogadores do circuito. As alterações afetam diretamente atletas que figuram entre os 30 melhores do mundo, caso do brasileiro João Fonseca, que encerrou a última temporada na 24ª colocação, o melhor resultado de sua carreira até agora.
A principal mudança está na forma de cálculo do ranking. A partir do próximo ano, a ATP passará a considerar os 18 melhores resultados dos últimos 12 meses. Até 2025, o ranking levava em conta 19 torneios. A nova conta será formada pelos resultados nos quatro Grand Slams, oito Masters 1000 obrigatórios e os seis melhores desempenhos em torneios da United Cup, ATP 500, ATP 250, Challenger e ITF. Com isso, a participação em eventos de menor porte passa a ter peso menor, já que o número de resultados aproveitados caiu de sete para seis.
Para João Fonseca, a mudança tende a trazer um impacto direto no planejamento da temporada. Com menos torneios entrando no cálculo final, a margem para escolher melhor onde competir aumenta, o que pode ajudar a equilibrar desempenho e recuperação física ao longo do ano.
Outro ponto que mexe com o calendário dos atletas do topo do ranking está relacionado aos torneios ATP 500. A partir de 2026, os chamados “commitment players”, grupo que reúne os jogadores do top 30, precisarão disputar apenas quatro torneios dessa categoria, e não mais cinco, como ocorre atualmente. O Masters 1000 de Monte Carlo, que não integra a lista dos oito obrigatórios, poderá ser contabilizado como um desses eventos. A exigência de disputar ao menos um ATP 500 após o US Open segue mantida.
Na prática, essa flexibilização reduz a pressão por presença em torneios intermediários e pode beneficiar atletas como João Fonseca, que passa a ter mais espaço para montar um calendário estratégico, com períodos maiores de descanso e preparação entre competições importantes.
As regras também ficaram mais rígidas em relação a desistências. Qualquer jogador que se retirar de um ATP 500 terá sua pontuação zerada naquele evento. A recuperação dessa pontuação só poderá ocorrer uma vez a cada 52 semanas. A exceção fica por conta de lesões de longa duração. Nesses casos, os chamados “zeros” por ausência podem ser substituídos, desde que haja aprovação do Comitê Médico da ATP.
Esse ponto exige atenção do brasileiro, já que desistências sem respaldo médico passam a ter um custo alto no ranking. Por outro lado, o regulamento traz mais clareza sobre situações de força maior, o que ajuda a proteger o atleta em casos comprovados de problema físico.
Além das alterações ligadas ao ranking, a ATP incluiu normas inéditas voltadas ao bem-estar dos jogadores em situações de calor extremo. A partir da próxima temporada, os tenistas poderão solicitar pausas de até 10 minutos para resfriamento corporal. Jogos programados para dias com temperaturas consideradas extremas também poderão ser suspensos, priorizando a saúde dos atletas.
Para João Fonseca, que disputa torneios em diferentes continentes e condições climáticas ao longo do ano, a medida representa um avanço importante. O brasileiro, ainda em fase de consolidação no circuito principal, tende a se beneficiar de regras que buscam preservar o rendimento físico e reduzir o desgaste em partidas longas.
Com o novo regulamento, a ATP sinaliza um movimento de ajuste no circuito, equilibrando exigência competitiva e preservação dos atletas. No caso de João Fonseca, a expectativa é que as mudanças ajudem na adaptação à rotina do top 30, oferecendo mais controle sobre o calendário e melhores condições para manter a regularidade em alto nível.
