
O Atlético-MG anunciou, nesta terça-feira (28), sua saída da Libra e entrada na Liga Forte União (LFU), após desentendimentos com o Flamengo sobre a divisão dos repasses da venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. A decisão marca o retorno do clube mineiro à LFU, grupo do qual já havia feito parte até 2023, e eleva para 34 o número de equipes integrantes do bloco.
Embora o movimento tenha sido oficializado agora, o efeito prático só será sentido a partir de 2030, quando expira o contrato de direitos de transmissão da Série A atualmente firmado com a TV Globo. O acordo da LFU, por sua vez, é válido até 2074 e foi considerado mais vantajoso para os clubes.
Em nota, o Galo afirmou que a nova aliança representa “um modelo sustentável, com governança consistente e visão de longo prazo”.
“O Atlético entende que a LFU oferece estrutura sólida, união de ideais e processos profissionais em linha com as melhores práticas dos principais mercados esportivos do mundo”, diz o comunicado.
A mudança ocorre em meio à crise de governança vivida pela Libra, agravada pelo impasse judicial com o Flamengo. O clube carioca conseguiu bloquear um repasse de R$ 77 milhões destinados aos integrantes do bloco, valor referente ao contrato de transmissão com a Globo.
O acordo da Libra, assinado em 2024 e válido até 2029, prevê pagamento anual de R$ 1,17 bilhão, além de valores variáveis do serviço Premiere (pay-per-view). A divisão segue o formato de 40% iguais, 30% por desempenho e 30% por audiência — modelo que o Flamengo considera injusto.
Mesmo em conflito, o clube rubro-negro nega a intenção de deixar o grupo, alegando que a ação judicial busca apenas “evitar prejuízos adicionais”.
Com a chegada do Atlético-MG, a LFU passa a reunir 34 clubes, entre eles Corinthians, Fluminense, Cruzeiro, Vasco, Internacional e Botafogo. O grupo tem parceria com a Sports Media Entertainment, empresa responsável pela negociação dos direitos de mídia e que passará a adquirir parte dos direitos econômicos do Galo no Campeonato Brasileiro.
O presidente atleticano destacou que a decisão representa um “retorno à casa” e reforça a necessidade de cooperação entre clubes para fortalecer o futebol brasileiro.
“Desde o início, o Atlético defendeu um modelo moderno, sustentável e com os clubes no centro das decisões estratégicas. A LFU reflete essa convicção de que a união é essencial para o crescimento do futebol nacional”, afirma o clube.
Após a saída do Atlético, a Libra é composta por: Bahia, Brusque, Ferroviária, Flamengo, Grêmio, Guarani, Palmeiras, Paysandu, Red Bull Bragantino, Remo, Santos, São Paulo e Volta Redonda.
Na Liga Forte União, além do Galo, estão Corinthians, Fluminense, Cruzeiro, Vasco, Internacional, Botafogo e outras 27 equipes, que defendem um modelo de divisão mais equilibrada das receitas e gestão participativa.

