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19 de novembro de 2025 - 21h03
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POLÊMICA NO FUTEBOL

Vice do Corinthians nega desvio de materiais da Nike e cobra auditoria externa

Armando Mendonça afirma ter documentos que comprovam legalidade nas retiradas e se diz vítima de narrativa injusta

19 novembro 2025 - 18h15Rodrigo Sampaio
Armando Mendonça, vice do Corinthians, se reuniu com a imprensa para rebater auditoria que apontou ele como pivô de desvios de camisa.
Armando Mendonça, vice do Corinthians, se reuniu com a imprensa para rebater auditoria que apontou ele como pivô de desvios de camisa. - (Foto: Rodrigo Sampaio/Estadão)

Em meio à polêmica envolvendo o suposto desvio de 131 itens esportivos da Nike no Corinthians, o vice-presidente do clube, Armando Mendonça, se reuniu com a imprensa nesta quarta-feira (19) para apresentar sua defesa. Apontado em relatório interno como responsável por irregularidades na retirada de materiais dos almoxarifados do CT Joaquim Grava e do Parque São Jorge, o dirigente nega qualquer uso indevido e cobra uma auditoria externa para esclarecer os fatos.

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Segundo Armando, dos 131 itens citados no documento, apenas 47 foram efetivamente retirados por ele — todos com registro formal e destinados ao chamado "uso de relacionamento institucional". “Das 131 camisas, 84 não foram retiradas por mim — dessas, 62 sequer saíram do Corinthians. Isso significa que eu retirei 47 materiais e estão com as minhas assinaturas. Em cinco meses dá uma média de cinco materiais por mês”, afirmou.

O vice-presidente apresentou e-mails, registros internos do sistema do clube e documentos que, segundo ele, comprovam que não houve irregularidade nas retiradas. Ele destacou que os pedidos de materiais passam por diversos setores e que sua função é apenas validar, como formalidade, as solicitações feitas por outros departamentos. “No Corinthians, não basta ser honesto, tem que provar que é honesto”, declarou. “Nunca desviei um material do Corinthians.”

Armando afirmou ainda que não foi ouvido durante o processo de auditoria e que só teve acesso ao relatório no dia 7 de novembro. Ele nega ter atrapalhado qualquer apuração e rebate a acusação de que teria ameaçado o diretor de tecnologia do clube, Marcelo Munhoes, responsável pela auditoria. “Não sei por que estão fazendo essa sacanagem comigo”, disse.

Inconformado com o conteúdo do relatório, Armando pediu a contratação de uma auditoria externa e especializada. Segundo ele, o documento atual não apresenta acusações diretas, mas gera uma narrativa que o prejudica. “Se fizer uma auditoria externa e se constatar que eu desviei um grampo do Corinthians, eu renuncio no dia seguinte!”, garantiu.

O dirigente citou falhas na produção do relatório, como o nome de um colaborador (Luiz Moraes) inicialmente listado como auditor e posteriormente retirado do documento. Moraes teria enviado e-mail negando participação, o que levou Armando a notificá-lo extrajudicialmente. Segundo ele, o relatório divulgado à imprensa aparece alterado em relação ao que recebeu oficialmente.

Armando também se defendeu das acusações sobre o suposto desvio de oito camisas comemorativas da NFL. Ele apresentou e-mails em que solicita a separação do material para presenteá-lo a colaboradores durante evento na Neo Química Arena. Os itens não foram retirados oficialmente, segundo ele, para não interferir no processo de auditoria e seguem guardados.

Em relação às camisas da nova terceira linha do Corinthians, Armando explicou que, após reclamações da comissão técnica sobre a qualidade dos materiais, os uniformes foram transferidos do CT para o Parque São Jorge por orientação do presidente Osmar Stábile. A Nike não teria pedido o retorno das peças, e, por isso, o material ficou sem registro fiscal.

O dirigente também esclareceu que a falta de uniformes no jogo contra o Fluminense, no Maracanã, ocorreu por problemas na logística de entrega da Nike, e não por desvios. Ele ainda revelou que o relatório da auditoria omitiu itens que teriam sido solicitados pelos próprios auditores, como camisetas e mochila.

Segundo Armando, após a posse de Stábile como presidente, foi ele quem cobrou melhorias no setor de tecnologia e implantação de um sistema de controle de materiais, incluindo a obrigatoriedade de devolução ao almoxarifado de todos os itens usados em dias de jogo.

O caso está sob investigação da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), após representação do Ministério Público de São Paulo. Armando Mendonça prestou depoimento nesta terça-feira (15), quando apresentou os mesmos documentos e explicações dadas à imprensa.

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