
Após o empate por 1 a 1 com a Tunísia em Lille, o técnico Carlo Ancelotti deixou o estádio com um discurso equilibrado entre autocrítica e confiança no trabalho da Seleção Brasileira. Em entrevista após a partida, o comandante explicou a escolha por Lucas Paquetá na segunda cobrança de pênalti — desperdiçada pelo meia — e analisou o desempenho da equipe, especialmente diante da dificuldade de enfrentar defesas mais fechadas.
“Paquetá é o cobrador de pênaltis. Quando chegou o segundo, mudei porque pensei que tiraria um pouco da pressão do Estêvão. O Paquetá geralmente cobra muito bem”, justificou o treinador, ao comentar o lance que poderia ter garantido a vitória brasileira nos minutos finais da partida.
A decisão gerou debate, já que o jovem Estêvão havia convertido com firmeza o primeiro pênalti, ainda no primeiro tempo. Segundo o treinador, a intenção foi poupar o atacante da responsabilidade em um momento de maior tensão, sem que isso signifique falta de confiança no camisa 10 da nova geração.
Ancelotti também reconheceu falhas na atuação da seleção, principalmente nos primeiros 45 minutos. “Começamos o jogo mal e, aos poucos, reagimos. Eles defendem com um bloco muito baixo e, pela nossa característica, é mais complicado abrir essas defesas”, avaliou. Segundo ele, o segundo tempo teve uma postura mais condizente com o que se espera da equipe brasileira.
O técnico italiano destacou que a sequência de amistosos — com vitória sobre Senegal e empate com a Tunísia — foi positiva para tirar lições importantes. “Aprendemos muito para enfrentar equipes com bloco baixo. Foram semanas muito boas contra adversários de estilos diferentes”, afirmou.
Em relação à convocação para a Copa do Mundo, marcada para daqui a sete meses, Ancelotti foi direto: “Muitos jogadores estão certos na lista. Faltam alguns, mas a lista está bastante completa”. Ele ponderou, no entanto, que o calendário de clubes pode influenciar nas decisões finais até lá.
Questionado sobre o critério de convocação entre jogadores que atuam na Europa e no Brasil, Ancelotti minimizou qualquer distinção. “Não vejo se o jogador atua na Europa ou no Brasil. Vejo se é bom para a equipe, se ajuda”, disse. “A equipe está melhor do que antes desses dois jogos.”
Apesar da atuação oscilante contra a Tunísia, o treinador reafirmou sua confiança no elenco. “O ambiente está no caminho correto para chegar ao mais alto nível. Tenho muita confiança nesta equipe. Os jogadores são sérios, profissionais, patriotas e têm muito carinho pela camisa — e isso é muito importante”, concluiu.
A seleção volta a campo em março de 2026, já com a convocação final próxima e em clima de contagem regressiva para a Copa do Mundo.


