
Neste fim de semana, a Praça do Belmar Fidalgo recebeu a terceira edição do Amistoso Inclusivo, que reuniu mais de 60 participantes e transformou o espaço em um ponto de encontro para pessoas com deficiência. O evento contou com 20 atletas amputados da Associação Pantanal Esporte Clube (APEC-MS) e 42 surdos das associações ACGS e APSMS, promovendo o esporte como ferramenta de inclusão e troca de experiências. A iniciativa integrou o calendário municipal em homenagem ao Dia Internacional de Luta das Pessoas com Deficiência.
Organizado pela Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria de Assistência Social e Cidadania (SAS), e com apoio da Fundação Municipal de Esportes (Funesp), o evento buscou criar um ambiente de convivência, participação e valorização das diferenças. Priscilla Justi, superintendente de Política de Direitos Humanos, destacou a importância de ações que promovam inclusão, lembrando a campanha “Essa vaga não é sua nem por um segundo” e o espelhamento de RG no ISMAC, projetos que chamaram atenção para barreiras enfrentadas por pessoas com deficiência.
As histórias dos participantes foram um dos grandes destaques. A aposentada Lígia Newmann dos Santos, que começou a jogar futebol há um ano, contou que o esporte ajudou a superar a depressão causada pela surdez, ampliando sua rede de amizades e fortalecendo sua saúde física e emocional. Por meio de intérprete de Libras, ela afirmou: “É muito importante essa inclusão. Faz bem para a saúde, há interação, bate-papo. As pessoas não ficam presas em pensamentos negativos, podem aproveitar a vida”.
Joel Faustino, atleta e chefe do Núcleo dos Direitos da Pessoa com Deficiência da SDHU, também compartilhou sua experiência. Após perder a perna esquerda em um acidente, ele passou um ano sem perspectivas até descobrir o futebol para amputados.
Idealizador do Projeto Amigos do Joel, que completa 14 anos, Joel é o único técnico em Campo Grande que dá aulas para crianças sem deficiência. “A pessoa com deficiência pode superar qualquer obstáculo. Pode jogar, participar, viver plenamente. É uma experiência que transforma vidas”, disse, lembrando que já conquistou diversos títulos nacionais.
O evento também destacou a APEC-MS, única equipe de futebol para amputados do estado. Para o amistoso, a equipe formou dois times de 12 jogadores, além dos goleiros. Roney Vásquez, vice-presidente da associação, conheceu o esporte há seis anos enquanto se recuperava de um acidente de trânsito. “O futebol mostra que a vida continua mesmo após um trauma. Não podemos esperar para superar nossas dificuldades, é preciso agir hoje”, afirmou.
Ao final das partidas, todos os atletas receberam medalhas e troféus em reconhecimento à dedicação e ao esforço. Os campeões foram os times da ACGS e o time A da APEC-MS. Joel Faustino enfatizou: “Este Amistoso serve para inspirar toda a comunidade, mostrando que é possível superar barreiras e viver plenamente”.
Os interessados em conhecer ou acompanhar o trabalho da APEC-MS podem participar dos treinos, realizados às segundas e sextas-feiras, a partir das 19h30, na Rua Nova Era, 230, Itanhangá Parque.


