A renovação de Abel Ferreira com o Palmeiras até dezembro de 2027 abre caminho para um feito raro no futebol brasileiro: o português pode se tornar o técnico com maior longevidade no comando de um clube nacional nos últimos 30 anos. Caso cumpra o novo vínculo, ele ultrapassará Telê Santana e consolidará um dos ciclos mais duradouros da era moderna do esporte no País.
No comando do Verdão desde outubro de 2020, Abel atingiu cinco anos e dois meses de trabalho, algo incomum no cenário brasileiro. Em fevereiro de 2026, ele superará oficialmente os cinco anos e três meses de Telê no São Paulo — período que marcou a era de duas Libertadores, dois Mundiais e um Brasileiro entre 1990 e 1996.
Cumprindo o contrato até o fim, Abel somará pouco mais de sete anos à frente do Palmeiras, aproximando-se de Flávio Costa, que comandou o Flamengo por oito anos (1938–1946). Para entrar no grupo dos três maiores técnicos em tempo de clube no país, ele precisaria renovar novamente e permanecer no cargo até ao menos novembro de 2028.
Os recordistas de longevidade no Brasil são Lula, ícone do Santos entre 1954 e 1967, com 12 anos e sete meses, e Henry Welfare, que ficou dez anos e seis meses no Vasco.
Mesmo assim, apenas Abel segue em atividade e pode ampliar sua marca.
O novo contrato não prevê multa rescisória, permitindo a saída do treinador a qualquer momento. Ainda assim, a diretoria do Palmeiras aposta na continuidade do projeto vitorioso. Em 395 jogos no comando, Abel acumula 229 vitórias, 93 empates e 74 derrotas, além de dez títulos — igualando Oswaldo Brandão como técnico mais vencedor da história palmeirense.
Entre os troféus conquistados estão duas Libertadores, uma Copa do Brasil, um Campeonato Brasileiro, duas Supercopas, uma Recopa e três Paulistas.
Top-5 trabalhos mais longos do futebol brasileiro
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Lula (Santos) – 12 anos e 7 meses (1954–1967)
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Henry Welfare (Vasco) – 10 anos e 7 meses (1926–1937)
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Flávio Costa (Flamengo) – 8 anos (1938–1946)
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Telê Santana (São Paulo) – 5 anos e 3 meses (1990–1996)
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Abel Ferreira (Palmeiras) – 5 anos e 2 meses (desde 2020)
Com a renovação, Abel está a um passo de subir posições e pode alcançar feitos que o futebol brasileiro não vê desde a década de 1990.
