
Vera Fischer, aos 73 anos, segue provocando reflexões sobre envelhecimento, autoestima e o lugar da mulher madura nas artes. Em entrevista à revista Quem, publicada nesta segunda-feira (7), a atriz afirmou viver uma fase de plenitude e liberdade. "Sou gostosa, sou generosa, sou simpática", disse, com bom humor. "Adoro as pessoas, os fãs. E eles têm uma gratidão. Me tratam muito bem."

Conhecida nacionalmente desde os anos 1970, quando foi eleita Miss Brasil, Vera está em cartaz com a peça O Casal Mais Sexy da América, na qual interpreta uma atriz veterana que perde espaço na profissão por conta da idade. O papel, segundo ela, reflete realidades que atravessam sua própria trajetória. “Os fãs veem uma beleza interior também”, comentou, reforçando que se sente bonita, mas não se resume à aparência.
A atriz revelou que evita procedimentos estéticos invasivos. “Minha cara é essa”, brincou. Vera diz que prefere cuidados simples, como o uso de bons produtos para a pele e sessões de fisioterapia — necessárias por conta de lesões nos joelhos adquiridas no palco. “Me cuido bastante, mas não sou exagerada. Não vou à academia, faço o que dá. Cada um sabe de si. Se puder melhorar um pouco, ótimo. Mas mexer muito, não.”
Ela também se mostrou crítica à tentativa de disfarçar a idade. "Temos que ter a cara que temos, da nossa idade. Nada de querer ter 30 anos. Quero parecer ter 73 mesmo", declarou.
Solteira desde 2004, Vera afirmou estar feliz sem relacionamentos e destacou o bem-estar que encontrou na vida a dois — com seus gatos. “Nunca me senti tão bem. Eu e meus dois gatinhos que adotei”, contou. A atriz destacou que aprecia a liberdade de não precisar prestar contas a ninguém. "Ter seus horários, fazer o que quiser, não depender do outro, não dar satisfação pro outro", afirmou.
Crítica ao etarismo nas novelas - Ao relembrar seus tempos de protagonista em novelas, a atriz apontou mudanças nos papéis oferecidos às mulheres mais velhas. Segundo ela, o envelhecimento das personagens na teledramaturgia passou a ser retratado de forma mais limitada. “Antigamente, uma Helena tinha 50 anos e era mãe. Hoje, é avó e a mãe tem 20. Tudo mudou muito.”
A atriz usou sua experiência no teatro para dar visibilidade ao debate sobre o etarismo — tema que considera urgente não só no entretenimento, mas na sociedade em geral.
