
O futuro da franquia Velozes e Furiosos parece ter desacelerado. O estúdio Universal Pictures estaria revendo seus planos para o filme final da saga, após o desempenho considerado decepcionante de Velozes e Furiosos 10 (2023).

Com orçamento de US$ 340 milhões, o longa arrecadou US$ 705 milhões nas bilheterias mundiais — valor que, embora expressivo, é considerado baixo para um blockbuster de custo tão alto. Segundo o Wall Street Journal, a Universal cogita seguir adiante apenas se o orçamento for reduzido em até US$ 150 milhões.
O produtor Neal Moritz afirmou que o estúdio busca “um final que seja satisfatório tanto criativamente quanto financeiramente”.
Exigências de Vin Diesel elevam custos - A contenção de gastos, porém, esbarra nas exigências de Vin Diesel, protagonista e produtor da franquia. Durante o evento FuelFest 2025, o ator revelou ter imposto três condições à Universal para participar do novo filme:
Gravações em Los Angeles;
Retorno à cultura das corridas de rua, presente nos primeiros filmes;
E uma última corrida entre Dom Toretto e Brian, personagem de Paul Walker, morto em 2013.
Esses pedidos elevariam significativamente o orçamento da produção. Los Angeles possui custos de filmagem mais altos e menores incentivos fiscais do que locais como Atlanta (EUA) ou Vancouver (Canadá).
Além disso, a recriação digital de Paul Walker, por meio de efeitos visuais, representaria um gasto adicional milionário, com risco de resultados estéticos questionáveis.
Mudanças no mercado e queda de público - A Universal também avalia o momento de retração global do mercado cinematográfico. O estúdio perdeu acesso ao mercado russo após o início da guerra na Ucrânia, e o público asiático tem priorizado produções locais, reduzindo o alcance das franquias de Hollywood.
No Ocidente, o cansaço com grandes franquias se tornou evidente. Filmes de heróis e blockbusters que antes ultrapassavam facilmente US$ 1 bilhão em bilheteria agora lutam para chegar aos US$ 700 milhões. O novo Superman (2025), por exemplo, encerrou sua exibição mundial com US$ 615 milhões, um número considerado modesto para o gênero.
O possível retorno às corridas de rua representa uma tentativa de reconectar o público com as origens da franquia. Lançados entre 2001 e 2006, os três primeiros filmes tinham essa temática, mas foram justamente os que menos arrecadaram.
A partir de Velozes e Furiosos 4 (2009), a saga passou a investir em tramas de espionagem e ação internacional, com explosões, perseguições e missões quase impossíveis — uma fórmula que impulsionou o sucesso global da marca por mais de uma década.
Futuro indefinido - Por enquanto, o novo Velozes e Furiosos ainda não recebeu sinal verde da Universal. O projeto teve três datas de estreia anunciadas — abril de 2025, 2026 e 2027 —, mas foi removido do calendário oficial de lançamentos do estúdio.
O futuro da franquia depende de ajustes financeiros e de uma decisão estratégica entre atender à visão criativa de Vin Diesel ou seguir por um caminho mais viável economicamente.
Enquanto isso, os fãs podem rever todos os filmes da saga. Os dez longas principais e o derivado Hobbs & Shaw (2019) estão disponíveis em diferentes plataformas de streaming, como Netflix, Prime Video e HBO Max. Velozes e Furiosos 9 e Velozes e Furiosos 10 podem ser alugados ou comprados digitalmente no YouTube, Apple TV e Prime Video.
