
Depois de conquistar o público em Nova York, o espetáculo “Titanique – O Musical” chega ao Brasil e promete transformar o drama do naufrágio mais famoso da história em uma comédia pop repleta de exagero, humor e canções de Céline Dion. A estreia acontece no dia 11 de outubro, no Teatro Sabesp Frei Caneca, em São Paulo.

Criado pelos artistas Tye Blue, Marla Mindelle e Constantine Rousouli, o musical nasceu como uma paródia irreverente do clássico de James Cameron, estrelado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet. A ideia surgiu em 2017, durante um período de tensão política nos Estados Unidos.
“Queríamos algo que nos divertisse”, contou Tye Blue ao Estadão. “As músicas de Céline Dion são dramáticas, intensas e, ao mesmo tempo, perfeitas para o teatro.”
No espetáculo, Céline Dion surge como narradora e guia espiritual, conduzindo o público por uma viagem surreal entre passado e presente. O ponto de partida é um museu dedicado ao Titanic, onde a cantora decide revelar a “verdadeira história” de Rose e Jack.
O enredo é costurado por 18 músicas da carreira de Dion, incluindo My Heart Will Go On, It’s All Coming Back to Me Now, I’m Alive e All By Myself. O resultado é um besteirol teatral com humor escancaradamente camp e queer, em que o exagero é a regra.
“O segredo é que ninguém tem medo do ridículo”, explica o diretor artístico Gustavo Barchilon, responsável pela versão brasileira. “Nossa montagem dialoga com o espírito do teatro besteirol, que sempre soube rir do absurdo com inteligência e música.”
Na produção nacional, Alessandra Maestrini interpreta Céline Dion, enquanto Giulia Nadruz vive Rose e Marcos Veras assume o papel de Jack. O elenco ainda conta com Luis Lobianco, George Sauma, Talita Real e Wendell Bendelack.
Maestrini diz que o desafio foi homenagear Céline sem caricaturá-la. “Procurei reproduzir o timbre, o sotaque e os gestos dela, mas com afeto e humor. É uma homenagem despretensiosa”, afirma.
O espetáculo recria cenas icônicas do filme, como a clássica pose na proa do navio, mas com muito deboche. Até Tina Turner (Valéria Barcellos) aparece, interpretando o iceberg que afunda o navio.“É uma paródia amorosa, uma carta aberta à Céline Dion e ao fascínio pelo Titanic”, diz Marla Mindelle, uma das criadoras do musical.
Com direção musical de Thiago Gimenes, o espetáculo equilibra improviso e precisão. Embora o tom seja de comédia, a trilha sonora é executada com rigor técnico. “As músicas da Céline são intensas e até cafonas, mas isso faz parte do encanto. O público vai rir e se emocionar ao mesmo tempo”, garante Gimenes.
