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'Pssica': Minissérie da Netflix leva ação frenética e temas pesados a Belém

A adaptação de Edyr Augusto estreia com narrativa acelerada e um calor sufocante nas ruas e rios da cidade paraense

19 agosto 2025 - 08h01Maria Edite Vendas
'Pssica', série da Netflix que estreará dia 20 de agosto. Domithila Cattete viverá Janalice
'Pssica', série da Netflix que estreará dia 20 de agosto. Domithila Cattete viverá Janalice - (Foto: Aline Arruda/Netflix/Divulgação)
Terça da Carne

O calor de mais de 30°C e a umidade sufocante se refletem na atmosfera tensa de Pssica, minissérie da Netflix que estreia nesta semana. Ambientada em Belém, a produção mergulha nas ruas e rios da cidade, capturando a violência e os dramas urbanos da Amazônia. Com quatro episódios, a série é uma adaptação do livro homônimo de Edyr Augusto e foi dirigida por Fernando Meirelles e seu filho, Quico Meirelles.

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A história gira em torno de três personagens cujas vidas estão entrelaçadas pelo crime e pela violência, um tema profundo que percorre a trama acelerada e cheia de ação. O calor intenso de Belém se reflete na intensidade das cenas, como uma sequência em que um personagem se refresca ao ser arremessado na água, após um confronto físico brutal. A fotografia quente e vibrante acentua a energia do enredo, que promete prender a atenção do público.

Esta é a primeira vez que Fernando Meirelles, o renomado cineasta de Cidade de Deus e Ensaio Sobre a Cegueira, divide a direção com seu filho, Quico. A dinâmica entre os dois no set é de contraste: enquanto Quico se movimenta com energia e gesticula durante as filmagens, Fernando, com sua fala mansa, coordena a cena com serenidade. "A gente se acostuma com o calor", diz o cineasta, se referindo ao calor intenso que enfrentam nas gravações.

O filme, que é uma parceria entre a produtora O2, de Fernando Meirelles, e a Netflix, se destaca pela autenticidade. Além dos temas e personagens, que são fortemente enraizados na cultura paraense, as locações e as cenas de ação sobre lanchas e catamarãs no rio Guajará proporcionam um visual único à minissérie.

Pssica, termo que na gíria local significa azar ou maldição, traz à tona o lado obscuro de Belém, com personagens imersos em um universo de crime, onde a violência é um elemento central, mas pouco falado. Para captar a autenticidade local, os Meirelles optaram por filmar em Belém e suas águas, com cenas de fuga e troca de tiros acontecendo em meio aos barcos estacionados no rio, criando uma sensação de labirinto caótico.

"Quando não estou ocupado, pego uma câmera e busco ângulos interessantes", diz Fernando, relembrando suas origens como operador de câmera. Já o filho Quico, no papel de diretor, é quem comanda as decisões, enquanto Fernando, em casa, assume a responsabilidade da cozinha.

Para aliviar o calor escaldante, a equipe se viu forçada a recorrer a abacaxis, com os membros da produção se refrescando durante as filmagens. A fruta amarela foi uma espécie de "estrela" nos dias de gravação, simbolizando uma tentativa de refrescar os ânimos durante a exaustiva rotina de filmagens.

A estreia de Pssica promete ser um evento de grande impacto. O enredo pesado, a ação acelerada e a fotografia vibrante que reflete o calor da região contribuem para a criação de uma atmosfera única. As atuações de Marleyda Soto, Domithila Cattete e Lucas Galvino, protagonistas da minissérie, são acompanhadas com grande expectativa. A combinação de ação, temas profundos e uma direção experiente coloca Pssica como uma das estreias mais aguardadas do ano na Netflix.

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