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NOVELA DAS 9H

Paolla Oliveira enfrenta tabus ao interpretar alcoolismo em 'Vale Tudo'

Atriz relata reações do público, estudo intenso do tema e destaca importância de abordar a dependência química sem estigmas

14 julho 2025 - 10h25Redação E+
Paolla Oliveira interpreta Heleninha em nova versão de 'Vale Tudo'
Paolla Oliveira interpreta Heleninha em nova versão de 'Vale Tudo' - Foto: Marcos Serra Lima/TV Globo

Personagem Heleninha, vivida por Paolla Oliveira no remake de Vale Tudo, terá um dos momentos mais dramáticos da trama nos próximos capítulos. Na pele de uma artista plástica que enfrenta o alcoolismo, a atriz mergulha na complexidade do tema enquanto a personagem lida com o agravamento da crise conjugal com Ivan, interpretado por Renato Góes. A situação se intensifica com a aproximação dele de Raquel (Taís Araújo).

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Embora a atuação tenha recebido elogios, Paolla revelou surpresa com a recepção dividida do público. Em entrevista recente, afirmou que esperava mais empatia com Heleninha, mas notou que o alcoolismo ainda é cercado de estigmas.

“Tem gente que acha que alcoolismo é coisa de rico. Em vez de se aproximarem da dor da personagem, acabam julgando. Por outro lado, também vejo pessoas que entendem. O importante é trazer o tema para discussão. Se não colocamos em pauta, nada muda”, disse.

Para interpretar com responsabilidade uma personagem em luta contra a dependência química, Paolla Oliveira realizou uma preparação extensa. A atriz frequentou reuniões dos Alcoólicos Anônimos, buscou orientação de profissionais como psicólogos e psiquiatras, e contou com o apoio direto de duas pessoas em recuperação há mais de três décadas.

“Tenho sido procurada por quem convive com isso. Estou vendo tudo de perto. Me alimento de histórias reais para dar verdade à personagem”, contou.

A dedicação também é pessoal. Paolla revelou ter um familiar que enfrenta o alcoolismo. Segundo ela, embora não tenham convivência diária, acompanha a trajetória da pessoa e reconhece a gravidade e as diferentes faces da doença.

“Ela está bem, mas é uma condição que não tem cura. Existem níveis, acolhimentos distintos, consequências diversas. Mas é uma batalha constante”, relatou.

Construção sem estereótipos - Segundo a atriz, o maior desafio tem sido representar a doença sem recorrer a exageros ou estigmas. O foco, diz ela, está na sensibilidade.

“Minha missão é manter a delicadeza e a intensidade do problema. O vício não tem rosto, não tem classe social. Pode atingir qualquer um. A Heleninha é só uma forma de mostrar isso”, explicou.

Paolla reconhece que o trabalho vem provocando reflexões importantes no público. Apesar das críticas pontuais, avalia que o debate está acontecendo, o que considera uma vitória. “O que me importa é que estamos falando sobre isso. Já é um passo enorme”, completou.

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