
O ator Eduardo Tornaghi, conhecido por papéis de galã em novelas como A moreninha (1975) e A gata comeu (1985), completa 74 anos nesta sexta-feira (26). Longe da televisão há quase uma década, Tornaghi vive hoje uma rotina simples, dedicada à literatura, à poesia e à promoção de encontros culturais no bairro do Leme, no Rio de Janeiro.

Presente nas telinhas brasileiras durante as décadas de 1970 e 1980, Tornaghi construiu uma sólida carreira na televisão e no cinema. Atuou em produções como Vejo a lua no céu (1976), Sinhazinha Flô (1977) e Memórias de amor (1979). O último trabalho fixo na TV foi nos anos 1990, com apenas breves participações posteriores, como na novela Rock Story, em 2016.
A decisão de abandonar o meio artístico veio acompanhada de uma profunda transformação pessoal. Em entrevista ao jornal Extra em 2014, Tornaghi explicou que escolheu deixar o glamour da carreira de ator para buscar uma vida mais alinhada com seus ideais.
“Minha opção foi ter rotina simples, viver em paz com minha consciência. Lembro que, quando decidi sair, pensei: ‘Tenho bom carro, apartamento, como vou manter o padrão?’ Preferi acreditar no que buscava, vendi tudo e viajei pelo Brasil, dando aulas nas periferias, em presídio, para meninos de rua. Eu me orgulho de ter tomado essa atitude”, relatou.
Com o passar dos anos, o ex-ator passou a vender livros nas ruas e promover oficinas de leitura e poesia. Nas redes sociais, onde chegou a reunir mais de cinco mil seguidores, publicava vídeos lendo trechos literários e pedia doações para manter suas atividades culturais.
Desde março de 2024, Eduardo Tornaghi não faz novas publicações em suas redes sociais. O silêncio preocupa alguns fãs, que se acostumaram a acompanhar suas reflexões e leituras online.
A última aparição do ator no cinema foi em 2019, com uma breve participação no premiado filme A vida invisível, dirigido por Karim Aïnouz.
Tornaghi se tornou um símbolo de uma escolha rara entre artistas de sua geração: abrir mão da fama para buscar uma existência mais introspectiva, engajada e culturalmente ativa, porém fora dos holofotes.
Sua trajetória inspira reflexões sobre sucesso, propósito e a relação entre arte e consumo, deixando um legado que vai além da atuação.
