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LENDAS URBANAS

MS tem lendas que envolvem até bruxa; Confira sete lendas urbanas que se popularizaram no Estado

Entre as histórias, a lenda da "Bruxa da Sapolândia" que ficou conhecida por enterrar crianças no quintal de sua casa em Campo Grande

5 junho 2019 - 12h05Carlos Ferreira
A Bruxa da Sapolândia ficou conhecida na região do Bairro Taquarussú
A "Bruxa da Sapolândia" ficou conhecida na região do Bairro Taquarussú - Foto: Reprodução

Quem nunca se assustou com histórias ou lendas urbanas quando criança? Muitas vezes os pais ou até mesmo amigos contavam as temidas lendas urbanas no intuito de fazer as crianças “andarem na linha”. As lendas urbanas que percorrem as cidades geralmente são histórias de ficção e transmitidas de geração em geração como se fossem fatos que aconteceram naquela região. Por mais que essas lendas pareçam algo irreal ou assustadora para alguns, para outros a criação desse tipo de história na infância foi fundamental até a sua fase adulta, afinal tudo o que foge do comum é lembrado para sempre.

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O Mato Grosso do Sul tem muitas belezas naturais, e usar desse cenário rico de paisagens foi essencial para a criação de várias histórias que até hoje assombram não só crianças, mas adultos também. Confira algumas das mais conhecidas lendas urbanas que se popularizaram em MS:

Bruxa da Sapolândia:

A Bruxa Sapolândia desenterrando o corpo das vítimas

Essa é uma história muito conhecida e segundo relatos de jornais da época, o fato é verídico. A Bruxa da Sapolândia morava na região do bairro Taquarussú em Campo Grande. O lugar já havia sido o esconderijo de uma bruxa, e a mulher que morava no local parecia uma pessoa normal e se comportava como qualquer um. Morava em uma velha casa de madeira, com árvores na frente. Muito discreta passou a ser apontada pelos moradores dali como ‘bruxa’. Quando alguém queria que uma criança ficasse quieta ou fosse dormir, bastava ameaçar: “Vou chamar a bruxa para te pegar!”. Mas o que parecia ironia se tornou realidade. Denúncia anônima levou a polícia até o esconderijo da bruxa onde vasculhou o seu quintal. O resultado da busca explodiu como uma bomba sobre a cidade: crianças que eram consideradas desaparecidas foram encontradas no quintal da tal bruxa. Parece que ela matava os pequenos e usava o sangue para rituais de magia negra. Ela enterrava as vitimas onde as árvores secas e retorcidas, atacadas pela umidade, fungos e formigueiros, davam ao lugar um ar misterioso de pântano. Desenterrados a bruxa improvisou caixões de ripas de caixotes que revelaram pequenos corpos putrefatos (sem uma gota de sangue) e esqueletos. A polícia descobriu mais tarde que ela já havia raptado outras crianças no Jardim Caiçara. Dizem que ao entardecer pouca gente se atreve a pisar na calçada da casa onde viveu a “Bruxa da Sapolândia”.

Mulher Pantaneira:

Lenda que é lenda tem que ter uma mulher como protagonista. Segundo a lenda, a "Mulher Pantaneira" se veste de branco, e com sua beleza seduz os homens nas estradas, fazendo com que o motorista perca o controle e desapareça sem deixar rastros. Agora se a "Mulher Pantaneira" estiver de bom humor, a lenda revela que ela os leva até uma mansão, onde eles acordam nus e enrolados em espinhos.

Come Língua:

Agora uma lenda envolvendo uma criança. A lenda do “Come Língua” é sobre uma criança que ataca os animais das fazendas de MS e ficou muito conhecida quando chegou à região do bolsão. A lenda é sobre um menino que antes de morrer contava muitas mentiras. Sua mãe irada com suas mentiras, rogou-lhe uma praga, dizendo que sua língua iria cair... Passado um tempo, a criança foi encontrada morta e sem língua. A história do menino que mentia e perdeu a língua fez com que um fazendeiro acreditasse que seu gado encontrado morto no pasto havia sido obra do tal mentiroso, que virou assombração. Na ocasião, o fazendeiro garantiu que viu correr pela mata um menino com uma língua ensanguentada nas mãos. E quando foi verificar seu gado, percebeu que todos estavam sem língua.

Dama do Castelinho:

O Castelinho de Ponta Porã

O Castelinho é um prédio histórico da região fronteiriça, localizado na cidade de Ponta Porã, que foi construído na década de 20 para abrigar o governo do novo Território Federal de Ponta Porã. Segundo o relato de moradores da região, poucas casas existiam nessa região e por ser uma área muito pacata um acontecimento trágico mudou a rotina da Noroeste no início da década de 60: uma mulher matou o seu marido com inúmeras facadas. Muitas pessoas ficaram chocadas com o acontecido, pois aparentemente o casal se dava muito bem apesar das diferenças. Como de costume os criminosos eram levados ao Castelinho para prestar depoimento e ficarem presos. Nos próximos dias e semanas, muitos curiosos visitavam o Castelinho para observar a mulher que foi a primeira mulher a ser presa no local e que era sempre vista na grade da janela. Segundo as pessoas, a mulher ficava horas olhando pela grade da janela sem falar nada e em alguns momentos fazia um grito assustador misturado com choro e lamento. Anos se passaram e essa história ficou gravada na memória dos moradores mais antigos da região, que acreditam que tal “Dama” habita o Castelinho em ruínas, e quem passa em frente desta estrutura no fim de tarde, pode escutar os lamentos e ver o vulto da dama observando o horizonte pela grade da janela.

Pé de Garrafa:

Essa é uma das mais conhecidas. O Pé de Garrafa é um “bicho-homem” que tem um dos pés em formato de fundo de garrafa. Ele se move pulando e acaba deixando um rastro por onde anda com a marca da garrafa. O bicho tem algumas característica que permite que ele desapareça ou mude de tamanho, além de imitar as vozes das pessoas e emitir inúmeros gritos e assovios assustadores conseguindo hipnotizar quem o encarar. Se fizer uma vítima, ela é levada para sua caverna onde ele a devora ou tem a sua alma consumida.

700 Luas:

Cacai era a mais bonita de todas as jovens terenas. Ela pertencia a uma tribo localizada próxima a Gruta do Lago Azul, e tinha muitos pretendentes e admiradores. O jovem cacique daquela tribo resolveu que chegou o momento de arrumar uma companheira e escolheu a mais desejada por todos: Cacai. Seguindo a tradição, convidou-a para o pacto das 700 luas. O noivo e a noiva faziam um trato de que durante 700 luas iriam se conhecer e em seguida decidiriam quanto às núpcias.

Certo dia surgiu um prisioneiro daquela tribo, um guerreiro estrangeiro. Cacai se apaixonou por ele e quando se passaram as 700 luas, a resposta de Cacai foi de que não se casaria com o chefe da tribo. Ele inconformado obrigou a realização do ritual, contrariando a sagrada tradição terena. O pacto foi realizado e para desespero de Cacai, as palavras mágicas foram pronunciadas, não havendo mais esperanças para Cacai e seu amado. Qualquer mulher que quebrasse o sagrado juramento tinha o seu coração transpassado por uma flecha terena. Naquele mesmo dia Cacai e seu amado fugiram em uma canoa, descendo o Rio Formoso. O cacique reuniu seus guerreiros e cumpriu a maldição. O sangue de Cacai e seu amado foram tornando a água do Formoso cada vez mais limpa e a última gota foi derramada. Todo o rio e até seus afluentes estavam com a água cristalina e transparente, como foi o coração de Cacai.

A lenda diz que em dias que a água sombria do lago está mais azul é porque Cacai está lá. Nesses dias é possível ouvir os sussurros de amor de Cacai e do seu amado imortal.

Negro D’Água:

Monumento do Negro D'Água na Bahia

Segundo a lenda, o Negro D'água vive em diversos rios da região do Bolsão. O ser é careca e mãos e pés de pato, e se manifesta com suas gargalhadas derrubando a canoa dos pescadores que se negarem a lhe dar um peixe. Em alguns locais do Brasil, ainda existem pescadores que, ao sair para pescar, levam uma garrafa de cachaça e a jogam para dentro do rio, para que não tenham sua embarcação virada. Ele apresenta nadadeiras como de um anfíbio, corpo coberto de escamas mistas com pele.

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