
Como nascem os novos capítulos de uma das antologias mais comentadas da Netflix? Segundo Ryan Murphy, criador de Monstros, cada temporada da série só ganha vida quando há uma história densa o suficiente para ser contada — não apenas com base nos crimes, mas também nos reflexos sociais que eles causaram.

Foi exatamente esse critério que descartou a ideia de uma temporada focada em Luigi Mangione, italiano de 27 anos acusado de matar Brian Thompson, ex-CEO da UnitedHealthcare. “Escrevemos três episódios. Mas os pais dele não estavam falando, o julgamento não avançou, e no fim não havia material suficiente”, conta Murphy. “Era apenas ganância corporativa. Isso é um tema, mas não sustenta uma temporada inteira.”
O caminho, então, levou à história de Ed Gein, que acabou se tornando o foco da terceira temporada. E agora, a produção já iniciou as filmagens do quarto ano, que terá como protagonista Lizzie Borden, acusada de matar o pai e a madrasta a machadadas no fim do século XIX.
“Não é só sobre o crime de Lizzie”, explica Murphy. “Ela foi absolvida por um júri só de homens que achavam que mulheres não sentiam ódio. Depois disso, ela ainda se engajou no movimento sufragista. A história dela é única.”
Ella Beatty assume o papel principal na nova fase, que está em gravação desde o dia 6 de outubro. Para o futuro, Murphy adianta que pretende abordar uma história contemporânea, mas que ainda precisa de mais tempo para amadurecer a escolha. “Talvez daqui a seis meses”, diz.
As três temporadas anteriores de Monstros — sobre Jeffrey Dahmer, os irmãos Menendez e Ed Gein — estão disponíveis na Netflix.
