Na sexta-feira à noite, dia 28 de março, o cantor Michel Teló — sim, aquele do “Ai se eu te pego” — voltou a Campo Grande, onde tudo começou, para gravar seu novo DVD. Mas não foi um show grande, de palco gigante e multidão. Foi do jeitinho que ele queria: em casa, ou quase. A gravação aconteceu num restaurante chamado Fazenda Churrascada, onde o irmão dele é sócio. Fica no bairro Parque dos Poderes e, para essa noite, foi fechado só para convidados.
O nome do projeto é “Sertanejinho do Teló”, e tem cara de álbum de família. Tinha pouco mais de 200 pessoas, os filhos, a esposa, os pais. Parecia mais um reencontro do que um evento musical.
A família Teló no palco: Teodoro e Melinda cantam, Michel dança com Thais Fersoza e o “Sertanejinho” vira reunião de domingo com figurino e plateia.
Logo no começo, Teló entrou de mãos dadas com os filhos, e um deles, Teodoro, pegou o microfone e soltou a voz como se já fosse de casa. “Aumenta o tom dele aí”, pediu o pai, que foi técnico do programa The Voice e sabe como guiar vozes — inclusive a do próprio filho.
Michel Teló grava novo DVD em restaurante de Campo Grande com filhos, convidados e repertório que mistura sertanejo, rock e MPB.
A ideia do DVD é simples: relembrar a vida por meio da música. Teló falou de quando tocava em bailes, lembrou do primeiro show no antigo Canecão (um salão de festas famoso na cidade), e mostrou que ainda tem fôlego pra dançar vaneirão, aquele ritmo acelerado do sul do Brasil.
Só que o cantor não ficou só no sertanejo. Cantou Paralamas do Sucesso, Vitor Kley, Cazuza e até Raul Seixas. Homenageou Cristiano Araújo, dividiu o palco com o pai — que emocionou geral ao cantar “Meu Mato Grosso do Sul” — e, entre uma música e outra, dava risada, contava causos, abraçava os amigos.
De microfone em punho, Michel Teló distribui sorrisos como quem entrega música e memória no mesmo acorde.
A comida e a bebida correram soltas. Ninguém precisou abrir a carteira. “Eu pago tudo”, avisou Teló — e cumpriu. Teve cerveja, petisco, jantar e muita prosa boa. A gravação durou quase quatro horas. No fim, ninguém queria ir embora. Era como se a música segurasse o tempo.
Michel Teló, que nasceu em Medianeira (PR) mas cresceu em Campo Grande, mostrou que, às vezes, o melhor palco é a sala de casa — ou, no caso, um restaurantej com cara de lar.
