
Duas décadas depois de sua estreia no Brasil, o Linkin Park voltou a escrever seu nome na história de São Paulo. A banda norte-americana lotou o MorumBIS neste sábado (8), no mesmo dia do lançamento de From Zero, primeiro trabalho inédito desde a morte de Chester Bennington, em 2017.
A apresentação marcou o reencontro do grupo com o público brasileiro e mostrou que, independentemente da formação, o Linkin Park segue sendo uma das bandas mais queridas e atemporais do rock do século 21.
Entre os mais de 50 mil presentes, a cena se repetia em vários pontos do estádio: pais que cresceram com as músicas da banda acompanhados dos filhos, que hoje descobrem os clássicos.
“Meu pai ouvia as músicas no carro e eu comecei a gostar”, contou Ana Júlia, 11 anos, ao lado dos pais Eduardo (42) e Dulce (46). Já Melissa, 13, acompanhada da mãe Ariane (49), destacou a mistura de estilos que sempre marcou o grupo. “Eles unem rap, metal e eletrônico. As letras falam de emoções que todo mundo entende.”
O movimento contrário também aconteceu: o carioca Gabriel, 14, apresentou a discografia da banda ao pai, Mauro, 52. “Eu ouvia só as mais conhecidas, mas ele me mostrou o novo álbum. Hoje somos fãs juntos”, contou Mauro.
Nova vocalista
A vocalista Emily Armstrong, que assumiu oficialmente os vocais em 2024, mostrou segurança e entrosamento com os companheiros de palco. Em músicas como “Somewhere I Belong” e “Lying From You”, ela conquistou até os fãs mais nostálgicos.
O líder Mike Shinoda, por sua vez, esbanjou carisma — cantou, tocou, brincou com o público e até improvisou um “chá revelação” para uma fã durante o show. “O público brasileiro é sempre diferente. Vocês cantam com o coração”, afirmou, visivelmente emocionado.
A setlist passeou por todas as fases da banda, mesclando novidades como “Up From the Bottom” com clássicos como “Faint” e “In The End”, que fizeram o MorumBIS inteiro cantar em uníssono.
Noite fria no MorumBIS
A cantora Poppy, responsável pela abertura da noite, foi um dos grandes destaques. Com um repertório intenso e teatral, conquistou o público com sua fusão de heavy metal e pop punk.
Para surpresa dos fãs, ela voltou ao palco durante “One Step Closer”, dividindo os vocais com Armstrong num dos momentos mais explosivos da noite — uma homenagem vibrante em memória de Chester Bennington.
Mesmo com céu nublado e garoa leve, o tempo pareceu respeitar o show. Quando o Linkin Park encerrou a noite com “Papercut”, “Heavy Is the Crown” e “Bleed It Out”, não havia chuva nem silêncio, apenas muitos aplausos.
Foi o sétimo show da banda em São Paulo, e um dos mais emocionantes. Agora, o Linkin Park segue para Brasília, onde se apresenta na Arena BRB Mané Garrincha nesta segunda-feira (11).

