
Figura histórica do montanhismo mundial, Kanchha Sherpa morreu nesta quinta-feira (16), aos 92 anos, no Nepal. Ele era o último sobrevivente da expedição que conquistou o Monte Everest pela primeira vez, em 1953, e teve a morte confirmada pela Associação de Montanhismo do Nepal. Kanchha deixa esposa, quatro filhos, duas filhas e netos.

Integrante da equipe de 35 alpinistas que colocou o neozelandês Edmund Hillary e o guia Tenzing Norgay no ponto mais alto do planeta a 8.849 metros de altitude, Kanchha foi um dos três sherpas a chegar ao acampamento final antes do cume. Os sherpas, povo do Himalaia conhecido por sua habilidade em altitude, foram fundamentais na conquista da montanha.
“Ele faleceu em paz em sua residência”, declarou Phur Gelje Sherpa à agência Associated Press, acrescentando que Kanchha estava doente há algum tempo. “Um capítulo da história do montanhismo desapareceu com ele”, completou.
Nascido em 1933, em Namche Bazar, vilarejo conhecido como porta de entrada para o Everest, Kanchha começou nas expedições aos 19 anos e permaneceu ativo até os 50.
Em uma entrevista concedida em março de 2024, ele demonstrou preocupação com os rumos do alpinismo no Himalaia, especialmente com a superlotação e o lixo deixado por escaladores. “Seria melhor para a montanha reduzir o número de alpinistas”, afirmou.
Para os sherpas, o Everest, chamado de Qomolangma, ou “deusa-mãe do mundo”, é um local sagrado. Antes de cada escalada, eles realizam rituais religiosos em respeito à montanha.
