A atriz Gabriela Duarte revelou, em entrevista ao canal Universa, da jornalista e atriz Maria Ribeiro, os desafios e desgastes vividos ao longo dos anos ao atuar profissionalmente ao lado da mãe, a também atriz Regina Duarte. Famosas por interpretarem mãe e filha em novelas como Por Amor (1997), as duas formaram uma parceria marcante, mas que, segundo Gabriela, também gerou conflitos e a necessidade de se afastar.
“Comecei nova, mas quando me dei conta já era quase tarde demais, porque a gente já estava muito junto e misturado”, disse a atriz, hoje com 50 anos. Ao se reconhecer com personalidade “fortíssima”, Gabriela entendeu que precisava tomar um rumo profissional diferente: “Quando percebi que a gente já não tinha mais para onde ir que não parecesse uma coisa muito forçada, falei: ‘Chega’”.
A decisão de seguir carreira separada da mãe não foi simples, especialmente para Regina Duarte. Gabriela relatou que a mãe tentou demovê-la da ideia, alertando que ela poderia se arrepender. “As pessoas odiaram, claramente odiaram”, afirmou a atriz, sobre a reação do público ao rompimento da parceria artística entre as duas.
Em outra entrevista recente ao jornal Estadão, Gabriela destacou a dificuldade em ser vista como artista independente: “Fico impressionada que saí daquela barriga há 50 anos e ainda preciso provar que tenho o meu próprio CPF”, comentou, em tom de crítica. “Todo mundo tende a achar que somos a mesma pessoa, temos posturas iguais, e parece impossível pensarmos de jeitos diferentes.”
Durante participação no documentário As Helenas de Manoel Carlos, dirigido por Júlia Almeida, filha do autor, Gabriela falou sobre os bastidores da novela Por Amor, um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira. Protagonistas da obra, mãe e filha viveram uma relação de intensidade não só na ficção.
“A gente convivia muito e a gente brigava. A gente tinha uns quebra-paus às vezes, mas tudo se resolvia”, afirmou Gabriela no documentário, em tom sincero. Apesar dos atritos, ela reconhece que havia benefícios na parceria: “É confortável você contracenar com uma pessoa com quem você tem tanta cumplicidade. É muito bom”.
