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Considerado um dos mais importantes e excêntricos cineastas de todos os tempos, o norte-americano Stanley Kubrick foi cineasta, roteirista, produtor de cinema e fotógrafo. Nasceu em 26 de julho de 1928, no Bronx, Nova York, e apesar de ter dirigido apenas 13 longas-metragens em seus setenta anos de vida, foi o suficiente para conquistar o público e a crítica. Curiosamente, foram também 13 as indicações ao Oscar e sua única vitória não foi como diretor ou roteirista, mas pelos efeitos especiais de ‘2001 – Uma Odisséia no Espaço’.

Dono de um preciosismo quase doentio, Kubrick começou sua carreira aos 17 anos como fotógrafo da Revista Look, onde obteve algum sucesso. Em 1953 já dirigia e produzia o pouquíssimo visto ‘Medo e Desejo’, seu primeiro longa-metragem. Dois anos depois seria a vez de ‘A Morte Passou Por Perto’, considerado apenas razoável.
Sua ascensão ao panteão dos grandes cineastas foi iniciada no ano seguinte, em ‘O Grande Golpe’, e em 1957, com Glória Feita de Sangue, um estudo sobre a insanidade da guerra que se tornou uma obra-prima incontestável. Em 1960 seria a vez de dirigir um épico, ‘Spartacus’, que inicialmente teve a direção entregue a Anthony Mann, retirado da produção em virtude de desentendimentos com Kirk Douglas, ator principal e produtor executivo. Kubrick, com pouco mais de 30 anos, foi subestimado pelos os principais nomes do elenco (Laurence Olivier, Charles Laughton e Peter Ustinov), mas conseguiu reverter o jogo.
Em 1962, dirigiu ‘Lolita’, seu primeiro trabalho fora dos Estados Unidos. Dois anos depois, em 'Dr. Fantástico', a Guerra Fria seria satirizada com rara felicidade. Em 1968 nasce um marco no cinema moderno: ‘2001 – Uma Odisséia no Espaço’, seguido pelo polêmico e violento ‘Laranja Mecânica’, onde em uma Inglaterra futurista uma gangue de adolescentes se "diverte" estuprando e praticando ultra-violência. Na época, o diretor chegou a declarar que ‘Tom e Jerry’ era pior, pois mostrava a violência de forma positiva.
Em 1975, ‘Barry Lyndon’, é um filme que retrata um drama passado no século XVIII, onde um cavaleiro atravessa os campos de batalha da Europa determinado a conquistar a nobreza, seja por intermédio da sedução, da trapaça ou do confronto mortal. Apesar de ser pouco conhecido, o filme é considerado por muito dos fãs de Kubrick, entre eles Martin Scorsese, como seu melhor trabalho. Pois nele é perfeitamente visível o seu perfeccionismo, característica marcante em sua carreira.
Cinco anos depois, Stanley Kubrick voltaria a ter um novo sucesso mundial com o clássico ‘O Iluminado’, adaptação da obra de Stephen King. Filme de terror onde um homem consegue um emprego para tomar conta de um hotel, que fica desativado no inverno, leva para lá sua mulher e seu filho e enquanto a criança tem poderes premonitórios, ele começa a enlouquecer gradativamente ao ser assombrado por forças malignas. Kubrick expôs um total de 390.000 metros de película (mais da metade da distância entre o Rio de Janeiro e São Paulo) para um filme com 142 minutos de duração (2.800 metros). Ou seja, uma média de102 takes por plano do filme, enquanto a média normal é 10 takes por plano.
Em 1987, seria a vez de focar a guerra do Vietnã - ‘Nascido Para Matar’ -, mas sua preocupação com a perfeição o prejudicou, pois enquanto tentava fazer um filme bastante realista, Oliver Stone lançava um ano antes o semelhante ‘Platoon’.
Em 1999, ele concluiria, após três anos, seu último filme, ‘De Olhos Bem Fechados’ e logo depois viria a falecer em 7 de março, antes mesmo da estreia da obra, que não foi bem recebida pelo público.Não gostava de dar entrevistas nem de falar de seus filmes, mas aparece no making of do filme ‘O Iluminado’, feito pela sua filha Vivian.
