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14 de novembro de 2025 - 15h28
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MEIO AMBIENTE

AquaFoz é inaugurado e revela ecossistemas ocultos sob as Cataratas do Iguaçu

Segundo maior aquário da América Latina mostra vida aquática do Iguaçu e Paraná e aposta em pesquisa, conservação e educação ambiental.

14 novembro 2025 - 13h35Ederson Hising
AquaFoz, inaugurado em Foz do Iguaçu, revela ecossistemas dos rios Iguaçu e Paraná e reúne mais de 300 espécies aquáticas.
AquaFoz, inaugurado em Foz do Iguaçu, revela ecossistemas dos rios Iguaçu e Paraná e reúne mais de 300 espécies aquáticas. - Foto: AquaFoz/ Kiko Sierich

Debaixo das águas que atraem mais de 2 milhões de visitantes por ano às Cataratas do Iguaçu, existe um mundo que quase ninguém vê. Esse ecossistema, vibrante e desconhecido do grande público, agora pode ser explorado no AquaFoz, inaugurado nesta sexta-feira (14) em Foz do Iguaçu (PR). O espaço já nasce como o segundo maior aquário da América Latina, atrás apenas do AquaRio, no Rio de Janeiro.

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O aquário reproduz, em 28 recintos que somam 3,3 milhões de litros de água, ambientes que simulam com rigor científico os ecossistemas dos rios Iguaçu e Paraná e o caminho percorrido por suas águas até o oceano. Entre os mais de 10 mil animais estão diversas espécies de tubarões — como lixa, galha-branca, leopardo, bambu e freycineti — além de raias, baiacus, dourados, piranhas, peixes-palhaço e cavalos-marinhos.

“Foz é conhecida pelas Cataratas, mas quase ninguém sabe o que existe de vida debaixo daquela água. Agora as pessoas poderão entender essa dinâmica. É uma história bonita para contar”, afirma Pablo Morbis, CEO do Grupo Cataratas, responsável pelo AquaFoz.

Do Iguaçu ao Atlântico: viagem pelas águas - Morbis explica que o circuito permite acompanhar o percurso do rio Iguaçu — que nasce perto de Curitiba — até seu encontro com o Rio Paraná, próximo ao Marco das Três Fronteiras. Dali, segue em direção ao Atlântico, passando por cidades como Buenos Aires e Montevidéu.

“Tudo está conectado. Setenta por cento das espécies do Iguaçu são endêmicas, só existem ali”, destaca o CEO. Ele reforça a importância de conscientizar o público sobre a ligação entre rios e oceanos, especialmente diante de temas como aumento da temperatura da água e elevação do nível dos mares.

Números impressionantes do AquaFoz

Estrutura suporta carga equivalente a um prédio de 20 andares

13 mil m² de área construída

1.650 caminhões de concreto na obra

Acrílicos de até 13 toneladas cada, totalizando 55 m² de visor

Mais de 300 espécies em 28 aquários

Tanques com até 6 metros de coluna d’água

Mais de 200 bombas e 24 km de tubulações

Laje de 50 cm de espessura (a de um prédio comum tem de 15 a 20 cm)

Tanque Oceânico com 2 milhões de litros — mais que a vazão normal das Cataratas

18 toneladas de sal importado de Israel para manter a qualidade da água dos animais marinhos

O projeto começou há cinco anos, em plena pandemia, e recebeu investimento de R$ 140 milhões. O aquário gera 400 empregos diretos e indiretos e deve receber meio milhão de visitantes no primeiro ano — número que pode chegar a 800 mil entre três e cinco anos.

Com 750 metros de trajeto, divididos em três andares, o circuito é comparado à extensão da nova Ponte da Integração, que liga Brasil e Paraguai. “A diversidade colocará o AquaFoz entre os aquários mais especiais do mundo”, diz Morbis.

O aquário preza pela educação ambiental e conservação — Foto: AquaFoz/ Kiko Sierich

Pesquisa e conservação de espécies ameaçadas - Assim como o AquaRio se tornou referência científica — com mais de 50 estudos publicados desde 2016 —, o AquaFoz nasce com foco em pesquisa ambiental. Uma das iniciativas é a preservação do surubim-do-Iguaçu, espécie única do rio e criticamente ameaçada de extinção. O projeto, em parceria com a UEM e a Copel, busca reproduzir o peixe em laboratório e devolver indivíduos à natureza.

Segundo o biólogo Rafael Franco, o cuidado diário envolve uma equipe técnica de cerca de 60 profissionais, entre veterinários, biólogos, zootecnistas e engenheiros de aquicultura. Exames e cirurgias podem ser feitos no próprio complexo.

Cada tanque possui sistema de filtragem específico, adaptado às necessidades de cada espécie. Corais, águas-vivas e cavalos-marinhos exigem monitoramento ainda mais delicado, com controle rígido de iluminação, temperatura e qualidade da água. O local também conta com um laboratório próprio para produção de microrganismos usados na alimentação de animais mais sensíveis.

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