
A iniciativa Um Milhão de Oportunidades (1MiO), liderada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), alcançou um marco histórico nesta quarta-feira (17). Segundo balanço divulgado pela entidade, o projeto efetivou 1.294.165 oportunidades de formação profissional, aprendizagem, estágio e emprego formal para jovens de 14 a 29 anos em situação de vulnerabilidade desde o seu lançamento, em 2020.
O diferencial da iniciativa é o seu modelo de atuação em rede, funcionando como um hub digital que conecta o poder público, empresas e a sociedade civil. Dos resultados apresentados, mais de 473 mil jovens concluíram cursos de capacitação, enquanto 820 mil foram inseridos diretamente no mercado de trabalho como aprendizes, estagiários ou funcionários efetivos.
Foco em perfis prioritários
O 1MiO direciona seus esforços para 12 perfis específicos que enfrentam as maiores barreiras de entrada no mercado. Entre os grupos prioritários estão jovens pretos e pardos, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, mães solo e moradores de periferias.
“Trabalhamos para que empresas e governos tenham protocolos de contratação e retenção desses jovens. Fortalecemos a discussão sobre projeto de vida nas redes públicas de educação”, destacou Mônica Dias Pinto, chefe de Educação do Unicef no Brasil.
O desafio dos "Nem-Nem"
Apesar do sucesso em superar a meta de um milhão, o Unicef alerta que o cenário nacional permanece crítico. Dados da PNAD Contínua Educação, de junho de 2025, revelam que 8,9 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos não estudam nem trabalham (o chamado grupo "nem-nem").
O desemprego entre os jovens continua sendo o dobro da média geral da população, sendo ainda mais severo entre mulheres e jovens negros. Com uma população de 48,6 milhões de pessoas nesta faixa etária, a maior da história do Brasil, o Unicef reforça que o País vive uma "janela de oportunidade" de poucas décadas para desenvolver esse potencial humano antes do envelhecimento populacional.

