
Com o "tarifaço" prestes a entrar em vigor no dia 1º de agosto, o governo de Donald Trump avançou com acordos comerciais bilaterais, mas o número de países que conseguiu evitar as altas tarifas ainda é limitado. Apenas cinco países firmaram pactos para reduzir os impactos das alíquotas, que podem variar de 25% a 50%. O prazo para a negociação se esgota em 9 dias, e aqueles que não conseguirem firmar acordos serão atingidos pela medida.

Entre os países que conseguiram garantir vantagens estão o Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão. O Reino Unido, que foi o primeiro a fechar um trato com os EUA, obteve um acordo em maio que beneficia os setores aeroespacial e automotivo, além de permitir a entrada de até 100 mil carros britânicos com alíquota reduzida.
O Vietnã também foi rápido em negociar, alcançando um acordo em julho para reduzir as tarifas de 46% para 20%. Além disso, o país pediu reconhecimento como economia de mercado e isenção de restrições à exportação de tecnologia americana. Por sua vez, os EUA prometeram facilitar a entrada de seus produtos, como SUVs, no mercado vietnamita.
A Indonésia firmou um pacto em 22 de julho, reduzindo as tarifas para mais de 99% dos produtos americanos a zero. Em contrapartida, os EUA diminuíram suas taxas sobre as mercadorias da Indonésia de 35% para 19%. Nas Filipinas, o acordo também implicou em uma taxa de 19% para os produtos filipinos nos EUA, enquanto as exportações americanas não terão tarifa no país asiático.
O Japão, o último a fechar um acordo, obteve uma redução de tarifas de 25% para 15% e, em troca, comprometeu-se a investir US$ 550 bilhões nos Estados Unidos.
Próximos passos
Apesar dos avanços, negociações continuam em andamento. A União Europeia está perto de fechar um acordo que reduziria as tarifas sobre seus produtos a 15%, segundo fontes diplomáticas.
No caso do Brasil, as conversas ainda enfrentam dificuldades. O Itamaraty enviou duas cartas para Washington, mas até o momento não obteve resposta oficial. O cenário aumentou o temor de que o tarifaço afete o país a partir de 1º de agosto.
