
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (4) uma ordem executiva que oficializa o acordo comercial entre os EUA e o Japão, anunciado inicialmente em julho. A medida impõe uma tarifa-base de 15% sobre quase todas as importações japonesas, com exceções para setores considerados estratégicos.

Segundo a Casa Branca, o objetivo do acordo é fortalecer a indústria doméstica americana e garantir segurança nacional. Produtos como automóveis, itens aeroespaciais, medicamentos genéricos e recursos naturais não disponíveis nos EUA estão isentos da taxa adicional. Em contrapartida, itens com alíquota menor que 15% terão suas tarifas ajustadas para atingir essa porcentagem. Produtos já tarifados em 15% ou mais não sofrerão alteração.
As tarifas terão efeito retroativo a 7 de agosto de 2025. Importadores que já receberam produtos japoneses poderão solicitar reembolso, conforme previsto no decreto.
Pelo lado japonês, o acordo estabelece a ampliação em 75% das importações de arroz americano dentro do sistema de acesso mínimo. Além disso, o Japão se comprometeu a adquirir anualmente cerca de US$ 8 bilhões em produtos agrícolas dos EUA, incluindo milho, soja, fertilizantes e bioetanol.
A Casa Branca também destacou que o Japão aceitará veículos de passageiros fabricados nos Estados Unidos sem exigência de testes adicionais. O compromisso inclui ainda compras de aeronaves comerciais e equipamentos de defesa americanos.
Um dos pontos centrais do pacto é o compromisso do governo japonês de investir US$ 550 bilhões nos Estados Unidos. Os investimentos serão direcionados a setores estratégicos escolhidos pelo governo americano e devem, segundo a Casa Branca, "gerar centenas de milhares de empregos, expandir a manufatura doméstica e garantir prosperidade por gerações".
"O acordo é necessário e apropriado para reduzir ou eliminar ameaças à segurança nacional e fortalecer a base industrial e de defesa dos Estados Unidos", afirma o comunicado oficial.
A ordem executiva prevê monitoramento contínuo do cumprimento dos compromissos assumidos pelo Japão. Caso haja descumprimento, a Casa Branca poderá modificar ou revogar os termos do acordo. A medida, segundo o governo americano, é parte de uma política comercial voltada à proteção de setores estratégicos e à redução da dependência externa.
