
Em um evento realizado na Casa Branca nesta terça-feira, 5, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, renovou a ameaça de aplicar sanções comerciais a países que continuam importando petróleo da Rússia. Trump revelou que terá uma reunião com representantes russos nesta quarta-feira, 6, para discutir um cessar-fogo no conflito com a Ucrânia. A decisão sobre as sanções será tomada após essa reunião.

Embora o presidente tenha afirmado que ainda não estabeleceu uma porcentagem exata para as tarifas, ele indicou que a sobretaxa poderia chegar a cerca de 100%. "Vamos decidir sobre as sanções a países que compram energia russa depois da reunião de amanhã", disse Trump, em referência à conversa que terá com a Rússia.
Apesar de o Brasil ser um dos principais compradores de diesel russo, Trump não mencionou diretamente o país. No primeiro semestre de 2023, dados da consultoria StoneX indicam que o Brasil importou 39,1% do diesel da Rússia, enquanto os Estados Unidos foram responsáveis por 32,8% das compras.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), afirmou que as distribuidoras brasileiras poderiam tentar priorizar a compra de combustíveis de outros países, como os Estados Unidos. No entanto, Araújo destacou que a importação de derivados russos ainda seria necessária, devido à falta de alternativas com a mesma capacidade de volume para atender à demanda.
"Se o Brasil for taxado por manter relações comerciais com a Rússia, ele continuará comprando os produtos russos. Os derivados de petróleo produzidos pelas refinarias russas são essenciais para o atendimento da demanda mundial", explicou Araújo, acrescentando que substituir esse volume de mercado não é simples.
