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ECONOMIA

Tesouro Nacional reduz ritmo de emissão da dívida em julho diante de incertezas no mercado

Segundo coordenador-geral de Operações, cenário externo menos previsível e folga nas estatísticas da dívida permitem pausa estratégica no volume de emissões

28 julho 2025 - 16h50Flávia Said
Tesouro Nacional
Tesouro Nacional - (Foto: Reprodução)
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O Tesouro Nacional anunciou uma desaceleração no ritmo de emissão da Dívida Pública Federal (DPF) em julho. A decisão foi tomada diante de um ambiente econômico global com maior volatilidade e incertezas, especialmente após novas tarifas comerciais e negociações que impactam a percepção de risco dos investidores.

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Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges Dias, apesar da possibilidade de continuar com um ritmo elevado de emissões, o cenário atual pede mais cautela. “Existe uma probabilidade de a gente continuar emitindo fortemente, mas a gente precisa que haja um ambiente favorável para isso, um apetite dos investidores também nessa linha”, afirmou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (28), ao comentar o Relatório Mensal da Dívida Pública referente a junho.

No documento, o Tesouro destaca que a resiliência da economia dos Estados Unidos contribuiu para um aumento no apetite global por risco. No entanto, fatores como novas barreiras comerciais e incertezas políticas influenciaram a decisão de moderar as emissões neste momento.

Helano explicou que o volume emitido no primeiro semestre já foi significativo, permitindo agora uma folga nas operações. “O ritmo foi forte nos primeiros meses do ano”, disse. Com isso, a equipe optou por um movimento mais prudente, sobretudo por conta do bom posicionamento atual das estatísticas da dívida.

O estoque da Dívida Pública Federal somou R$ 7,883 trilhões em junho, registrando um avanço de R$ 212,71 bilhões (2,77%) em relação ao mês anterior. A estimativa do Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2025 projeta que esse número deve encerrar o ano entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.

Mesmo com esse crescimento, o Tesouro avalia que a situação está sob controle. “A gente está bem confortável do ponto de vista de estatísticas da DPF”, disse Borges.

O coordenador também destacou que o comportamento do mercado é influenciado por diversos choques externos, o que interfere diretamente no apetite por títulos públicos. “O mercado oscila e isso acaba impactando o apetite a risco de investidores”, explicou. Por isso, o Tesouro alterna momentos de maior ou menor volume de emissões, ajustando-se ao ambiente econômico.

Outro aspecto relevante é o calendário de vencimentos. “Quando a gente tem vencimentos grandes, a gente tem uma tendência maior a emitir em seguida, após esses vencimentos”, detalhou Borges. Como o volume de vencimentos neste momento é mais modesto, não houve necessidade de uma emissão intensa.

A estratégia do Tesouro reflete uma gestão flexível e adaptada ao comportamento do mercado. A decisão de reduzir o ritmo em julho reforça a busca por estabilidade nas operações, priorizando a previsibilidade para investidores e o equilíbrio fiscal do país.

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