O número de tentativas de fraude digital no Brasil atingiu um novo patamar no primeiro semestre de 2025. De acordo com dados do Fraudômetro, ferramenta da Serasa Experian, foram registradas mais de 6,4 milhões de tentativas de golpes virtuais no país entre janeiro e junho deste ano — o equivalente a uma tentativa a cada 2,4 segundos.
Se essas ações criminosas tivessem sido bem-sucedidas, poderiam ter causado um prejuízo estimado em R$ 39,8 bilhões para consumidores e empresas. O número representa um aumento expressivo em relação ao mesmo período do ano passado: alta de 21,7% no volume de tentativas e de 32,9% no valor financeiro potencial das perdas, que em 2024 somaram R$ 29,9 bilhões.
Crescimento das fraudes digitais acende sinal de alerta
O crescimento acentuado das fraudes digitais confirma uma tendência que especialistas em cibersegurança já acompanham há anos: a sofisticação dos métodos de ataque e o uso de tecnologias avançadas para burlar sistemas de proteção.
Para Caio Rocha, diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, o momento exige ações mais firmes e investimentos contínuos. Ele destaca que proteger os dados e garantir a segurança das interações digitais deve ser uma prioridade constante para empresas e usuários.
A tecnologia utilizada pela Serasa para medir o risco de fraude cruza consultas de CPFs na base de dados da empresa com modelos estatísticos e algoritmos de inteligência artificial desenvolvidos com base em informações da Experian, empresa global do setor. Essa metodologia avalia não apenas a probabilidade de fraude com base em padrões de comportamento, mas também utiliza dados reais coletados em processos como verificação de documentos, checagem cadastral e biometria facial.
As fraudes digitais vão muito além de ataques isolados e se tornaram um fenômeno de grande escala, afetando empresas de todos os setores da economia. Os criminosos exploram desde brechas tecnológicas até técnicas de engenharia social, passando por falsificações documentais e manipulações em plataformas digitais.
Para enfrentar esse cenário, especialistas defendem o uso de ferramentas de segurança em múltiplas camadas, como:
Autenticação em dois fatores (2FA)
Biometria facial e comportamental
Análise de risco por inteligência artificial
Sistemas de alerta em tempo real
Essas soluções permitem identificar comportamentos fora do padrão e barrar tentativas de golpe antes que elas causem danos efetivos.
Mesmo quando frustradas, as tentativas de fraude têm impactos significativos. Empresas precisam investir mais em segurança, o que muitas vezes se reflete no aumento de custos e preços. Já os consumidores enfrentam o risco constante de exposição de dados e prejuízos financeiros.
Em um cenário de digitalização acelerada, os ataques se aproveitam da ampla conectividade da população brasileira. O fácil acesso a dados vazados na internet e a profissionalização dos grupos criminosos tornam o ambiente ainda mais propício para fraudes.
Enquanto empresas ampliam suas barreiras tecnológicas, o comportamento do usuário também desempenha papel decisivo na prevenção de golpes. Algumas atitudes simples podem reduzir significativamente os riscos, como:
Não compartilhar senhas e códigos de segurança
Evitar redes Wi-Fi públicas para acessar dados sensíveis
Verificar remetentes de e-mails e mensagens suspeitas
Manter antivírus e softwares atualizados
A Serasa Experian destaca que a prevenção precisa ser coletiva — envolvendo não apenas o setor privado, mas também o poder público e a sociedade como um todo.
