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Na manhã desta sexta-feira (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que o fortalecimento do dólar frente ao real, apesar de ser um fenômeno global, foi mais intenso no Brasil. Durante um café da manhã com jornalistas, Haddad explicou que o Banco Central (BC) precisa agir não para determinar um valor ideal para a moeda americana, mas para corrigir disfunções no mercado cambial e garantir um equilíbrio saudável.

“Temos de corrigir essa 'escorregada' que o dólar deu aqui. Não é no sentido de buscar um nível de dólar, de mirar uma meta. Na minha opinião, o papel do Banco Central é corrigir disfuncionalidades, seja por incerteza, insegurança ou outros fatores”, afirmou o ministro.
Haddad também reconheceu que falhas na comunicação do governo contribuíram para o aumento das tensões no mercado financeiro, intensificando a valorização do dólar. O vazamento de informações antes do anúncio do pacote fiscal, segundo ele, gerou ruídos que aumentaram a pressão cambial e elevaram a necessidade de explicações públicas sobre as medidas adotadas.
Correção de Rumos - O ministro enfatizou que, à medida que o Banco Central e o Tesouro atuam conjuntamente e as medidas fiscais se tornam mais claras, a expectativa é de que as tensões no câmbio diminuam gradualmente. Ele também ressaltou que não se trata de perseguir um valor fixo para o dólar, mas de garantir que a moeda opere dentro de um ambiente funcional e previsível para investidores e agentes econômicos.
Cenário Externo Desafiador - Além das questões internas, Haddad apontou o cenário global como um fator importante na pressão sobre o real. A política monetária nos Estados Unidos, com juros elevados, e a instabilidade geopolítica têm afetado moedas de países emergentes, como o Brasil.
“Esse cenário externo corresponde por algo em torno de 30% a 40% do problema. Juros altos nos EUA, políticas pós-eleições americanas e rearranjos geopolíticos trazem desafios adicionais”, explicou Haddad.
Para o ministro, cabe ao governo brasileiro manter uma boa comunicação e adotar medidas claras para evitar que fatores internos agravem um problema que já é complexo por natureza.
O Papel do Banco Central - As intervenções recentes do Banco Central no mercado de câmbio, que somaram mais de US$ 27 bilhões em dezembro, foram destacadas por Haddad como uma medida necessária para conter a volatilidade do mercado e estabilizar a moeda. Ele defendeu que esse tipo de ação deve continuar sempre que houver sinais de disfunção.
O ministro concluiu reafirmando sua confiança na capacidade do Brasil de navegar por esse período de turbulência, desde que governo, Banco Central e Tesouro trabalhem de forma coordenada para garantir estabilidade e previsibilidade ao mercado financeiro.
