
O mercado financeiro brasileiro enfrentou um dia de grande volatilidade, mas conseguiu se recuperar após uma reviravolta nas medidas anunciadas pelos Estados Unidos. O temido aumento de 50% nas tarifas de exportação, que havia sido confirmado pelo presidente Donald Trump, acabou sendo suavizado com a inclusão de uma extensa lista de exceções e um prazo ampliado para a aplicação das medidas. No fechamento da bolsa, o Ibovespa se manteve positivo, subindo 0,95%, com um giro de R$ 22,7 bilhões, alcançando 133.989,74 pontos.

No começo da tarde, a aprovação da Lei Magnitsky, que afeta autoridades brasileiras, incluindo o ministro Alexandre de Moraes do STF, gerou um clima de incerteza. Entretanto, os efeitos sobre as ações mais sensíveis ao tarifaço, como Weg, Suzano e o setor de metalurgia, não foram tão negativos quanto o esperado. A Embraer, por exemplo, experimentou uma oscilação entre perdas e ganhos, mas conseguiu reverter sua tendência após a inclusão de exceções favoráveis a seus produtos.
O grande alívio veio com a confirmação de que vários produtos seriam isentos das tarifas, incluindo aeronaves da Embraer e itens alimentícios. Essa medida trouxe uma recuperação no mercado, especialmente para ações de empresas com maior exposição aos EUA. A Embraer, por exemplo, teve alta de 10,93%, a maior entre as ações do Ibovespa, enquanto Pão de Açúcar e Magazine Luiza também se destacaram com altas expressivas.
Além disso, o setor financeiro, impulsionado pelos ganhos de Bradesco e Itaú, ajudou a compensar a queda das ações de empresas como a Vale, que liderou as perdas do dia. A Petrobras, beneficiada pelo avanço nos preços do petróleo, também contribuiu para a recuperação do índice. No final do dia, o Ibovespa conseguiu virar o sinal da semana, com um pequeno avanço de 0,35%, embora ainda tenha acumulado perdas de 3,5% no mês.
As tensões comerciais com os Estados Unidos, que geraram expectativa de um impacto negativo no Brasil, acabaram sendo amenizadas pela negociação das exceções e pelo prazo adicional concedido. Embora o cenário continue instável, a recuperação do mercado brasileiro mostra a capacidade de adaptação do Ibovespa às mudanças no cenário global.
