A liquidação extrajudicial do Banco Master, oficializada pelo Banco Central na terça-feira (18), acendeu um alerta entre trabalhadores do setor financeiro. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região informou nesta quarta-feira (19) que a decisão pode atingir diretamente 515 funcionários da instituição e cerca de 12 milhões de clientes. A entidade também acompanha os desdobramentos que podem atingir o Will Bank, integrante do mesmo conglomerado.
Em comunicado, o sindicato afirmou que “segue atento, cobrando transparência e buscando todas as informações necessárias para proteger os direitos dos trabalhadores e garantir que qualquer ação siga rigorosamente a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e a legislação vigente”. A entidade reforçou ainda que espera soluções que preservem empregos, defendendo que os trabalhadores “não podem ser penalizados pelos atos praticados pelos gestores do banco”.
A liquidação do Banco Master ocorre no contexto da Operação Compliance Zero, que investiga a emissão de títulos de crédito falsos por instituições do Sistema Financeiro Nacional. A ação resultou na prisão do proprietário do grupo, Daniel Vorcaro, detido no Aeroporto de Guarulhos na noite de segunda-feira (17). O banco era suspeito de simular operações de crédito, incluindo empréstimos e valores a receber.
A operação também levou ao afastamento temporário do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e do diretor de Finanças e Controladoria do banco, Dario Oswaldo Garcia Junior, conforme determinação judicial. Em março deste ano, o BRB havia anunciado intenção de adquirir o Master por R$ 2 bilhões, mas a operação acabou não sendo autorizada pelo Banco Central.
O sindicato segue monitorando os impactos da liquidação, especialmente para assegurar que os trabalhadores não sejam afetados por práticas que, segundo a investigação, teriam sido conduzidas pelos gestores da instituição financeira.
