
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta terça-feira (23) que o governo federal está preparando uma proposta de "remodelação" do setor nuclear brasileiro. A iniciativa deverá ser apresentada em breve ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e envolverá as estatais do setor, com foco em fortalecer a geração de energia limpa e segura como parte da transição energética do país.

“É um trabalho que nós vamos fazer e eu espero que, nos próximos cinco anos, liderado pelo presidente Lula, possamos entregar um setor nuclear robusto, com energia limpa, segura, avançando na transição energética”, declarou Silveira a jornalistas.
Nova política energética em construção
A remodelação está sendo discutida com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Gestão, Esther Dweck, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A proposta, segundo Silveira, visa modernizar e otimizar o papel da energia nuclear na matriz energética brasileira.
A próxima reunião do CNPE, agendada para o dia 31 de outubro, deve incluir na pauta a situação da usina de Angra 3, cuja obra está parada há anos e se tornou um dos pontos mais sensíveis do setor.
Angra 3: obra parada e custos elevados
A indefinição sobre o futuro de Angra 3 tem causado frustração entre técnicos do governo, que classificam o custo da obra paralisada como um “aluguel sem retorno”. O valor estimado é de cerca de R$ 100 milhões por mês. Desde 2009, já foram investidos R$ 12 bilhões no projeto, que conta com aproximadamente 11.500 equipamentos instalados.
Fontes ligadas ao setor defendem que a decisão sobre o destino da usina deveria ter sido tomada há tempos, dada a magnitude dos recursos envolvidos e a importância estratégica do projeto para o fornecimento de energia no país.
O próprio presidente Lula tem acompanhado de perto as discussões do setor energético e participado das últimas reuniões do CNPE, o que demonstra o peso político e estratégico do tema dentro do governo.
A expectativa é que a proposta do Ministério de Minas e Energia traga um novo rumo para Angra 3 e para o setor nuclear como um todo, inserindo a energia atômica de forma mais ativa na agenda de transição energética brasileira.
