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POLITICA INTERNACIONAL

Senadores discutem possível sanção dos EUA a países que negociam com a Rússia

Jaques Wagner alerta sobre a necessidade de esperar o conteúdo da lei americana antes de adotar medidas, enquanto senadores discutem impactos e tempo para se preparar

30 julho 2025 - 13h10Aline Bronzati, enviada especial, e Naomi Matsui
Para Jaques Wagner, diplomacias dos dois países precisam combinar condições para eventual conversa; tarifas passam a valer na sexta-feira, 1º, segundo governo dos EUA
Para Jaques Wagner, diplomacias dos dois países precisam combinar condições para eventual conversa; tarifas passam a valer na sexta-feira, 1º, segundo governo dos EUA - Foto: Pedro França/Agência Senado

Em coletiva de imprensa realizada em Washington, nesta quarta-feira, 30, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), se posicionou sobre a possibilidade de os Estados Unidos aprovarem uma lei que imponha sanções a países que mantêm negociações com a Rússia. O senador afirmou que o governo brasileiro aguardará o conteúdo da proposta antes de decidir sobre eventuais respostas ou medidas.

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"Primeiro, precisa chegar a lei. Não é bom comentar antes de existir. Segundo, a diplomacia brasileira historicamente é multilateral, que não se alinha ao campo A, B, C. Essa é a proposição, sempre visando a paz. Esse tema é para debate entre governos", destacou Wagner, ressaltando a postura tradicional do Brasil de buscar soluções pacíficas e diplomáticas nas questões internacionais.

Senadores alertados sobre impacto potencial

Durante a mesma coletiva, outros senadores da comitiva, que está nos Estados Unidos para discutir as tarifas impostas pelo governo americano ao Brasil, afirmaram que foram alertados por congressistas americanos, tanto democratas quanto republicanos, sobre a iminente aprovação da referida lei. De acordo com o senador Carlos Viana (Podemos), o Congresso dos EUA está determinado a criar sanções automáticas para todos os países que continuem negociando com a Rússia, o que pode afetar diretamente o Brasil.

"Há outra crise pior que pode nos atingir em 90 dias. Tanto republicanos como democratas foram firmes em dizer que vão criar uma lei para aplicar sanções automáticas para todos os países que negociam com a Rússia. E não será um decreto do presidente da República como foi o tarifaço, será uma lei americana. Os dois partidos apoiarão", disse Viana, destacando que o alerta proporcionará ao Brasil um tempo para se preparar.

Preparação para o impacto

O senador Viana destacou que, diferente da questão das tarifas, que entrará em vigor já na próxima sexta-feira, 1º de agosto, o tempo oferecido pelo debate sobre as sanções permitirá ao Brasil se organizar para possíveis impactos econômicos. No entanto, a incerteza sobre a aprovação da lei e os detalhes sobre como ela será implementada continuam gerando preocupações dentro da comitiva brasileira.

Conclusão

A possível criação de uma lei nos Estados Unidos para sancionar países que negociam com a Rússia gerou um intenso debate entre os senadores brasileiros. Enquanto aguardam o conteúdo da proposta, os parlamentares já buscam formas de se antecipar a um eventual impacto nas relações comerciais e diplomáticas do Brasil com os Estados Unidos.

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