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TARIFAÇO

Senadores brasileiros buscam apoio de empresas para pressionar EUA contra tarifas de 50%

Empresas com investimentos no Brasil, como JBS e Embraer, são incentivadas a agir em Washington para tentar evitar tarifaço de Donald Trump

30 julho 2025 - 13h55Aline Bronzati, enviada especial, e Naomi Matsui
O senador Fernando Farias (MDB-AL)
O senador Fernando Farias (MDB-AL) - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O senador Fernando Farias (MDB-AL) sugeriu que empresas brasileiras com investimentos nos Estados Unidos, como JBS, Weg e Embraer, e também companhias americanas que possuem relação comercial com o Brasil, como Cargill, Exxon e Caterpillar, façam pressão junto à Casa Branca para impedir a imposição das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O comentário foi feito nesta quarta-feira, 30, em coletiva de imprensa, em Washington, onde uma comitiva de senadores está em missão para discutir as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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"É muito importante as empresas dos Estados Unidos vinculadas ao Brasil, como Cargill, Exxon, Caterpillar, e as que possuem investimentos aqui, JBS, Embraer, Weg, fazer uma pressão em relação à Casa Branca", afirmou Farias. O senador acredita que essa ação seria a "coisa mais rápida" a ser feita, considerando o curto tempo restante até o prazo para a entrada em vigor das tarifas, previsto para sexta-feira, 1º de agosto.

Apelos para postergar o prazo das tarifas

Farias ressaltou a urgência de adotar essa estratégia para tentar evitar que o Brasil seja impactado pela tarifa de 50%, que foi imposta por Trump. O presidente dos EUA já deixou claro que não haverá prorrogação do prazo de aplicação das tarifas. "É a coisa mais rápida que pode acontecer para esse pouco tempo, para ver se a gente consegue estender esse prazo de negociação", explicou o senador.

Em paralelo, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da comitiva de senadores no EUA, informou que a equipe tem feito apelos a empresas, independentemente de suas doações ao comitê de Trump, para que atuem no alívio das tarifas. "O apelo foi feito para todos os empresários com quem a gente teve contato. Tanto os que doaram, quanto os que não doaram, porque o estrago vai bater em todo mundo", afirmou Trad.

Doação da Pilgrim’s Pride e críticas de Elizabeth Warren

A situação se torna mais delicada devido às doações significativas feitas por empresas com vínculos no Brasil, como a Pilgrim's Pride, subsidiária da JBS. A empresa doou US$ 5 milhões para o comitê de reeleição de Trump, valor que superou o que foi repassado por gigantes do setor tecnológico, como Apple, Amazon, Meta e Google. A doação foi criticada pela senadora democrata Elizabeth Warren, que questionou os CEOs das companhias, levantando preocupações sobre a influência de grandes doações na tomada de decisões do governo republicano.

A busca por diálogo e negociação

Trad reforçou que os senadores estão buscando abrir canais de diálogo e negociações com os EUA para tentar evitar os impactos negativos das tarifas para o Brasil. "Vamos tentar postergar o prazo, para que tenha condições de ter diálogo. Como é que você vai se entender com alguém se você não conversar?", disse o senador.

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