
Um estudo apresentado durante o simpósio anual de Jackson Hole, promovido pelo Federal Reserve, alerta que a dívida pública dos Estados Unidos pode se tornar insustentável caso o ajuste fiscal seja adiado. Segundo os economistas Adrien Auclert, Hannes Malmberg, Matthew Rognlie e Ludwig Straub, sem mudanças, a relação dívida/PIB poderia alcançar 250% até 2100, mais do que o dobro da atual, de cerca de 120%.

Os autores defendem que um ajuste fiscal equivalente a pelo menos 10% do PIB é necessário para conter o crescimento da dívida. “Quanto mais o ajuste for postergado, maior será o risco de a oferta de dívida superar sua demanda, tornando-a insustentável”, afirmam.
O estudo analisa a relação entre mudanças demográficas e finanças públicas. Populações envelhecidas aumentam os gastos com saúde e previdência, mas também elevam a demanda por títulos públicos. Com impostos e benefícios nos níveis atuais, isso pode impulsionar ainda mais a expansão da dívida americana, dizem os economistas.
Segundo o levantamento, a dívida poderia atingir 250% do PIB sem pressionar as taxas de juros, mas somente com uma consolidação fiscal significativa seria possível garantir a sustentabilidade do endividamento no longo prazo.
