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ECONOMIA

Seis em cada dez beneficiários deixaram Bolsa Família em dez anos

Estudo da FGV mostra que programa impulsiona mobilidade social, especialmente entre adolescentes

5 dezembro 2025 - 17h30Agência Brasil
Estudo da FGV mostra que seis em cada dez beneficiários conseguiram sair do Bolsa Família em dez anos, principalmente adolescentes.
Estudo da FGV mostra que seis em cada dez beneficiários conseguiram sair do Bolsa Família em dez anos, principalmente adolescentes. - (Foto: Lyon Santos/ MDS)

De cada dez pessoas que recebiam o Bolsa Família em 2014, seis conseguiram deixar o programa nos dez anos seguintes. É o que revela o estudo Filhos do Bolsa Família, divulgado nesta sexta-feira (5) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), realizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

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O levantamento mostra que a maior taxa de saída ocorre entre adolescentes de 15 a 17 anos, com 71,25% deixando de precisar da transferência de renda. Entre jovens de 11 a 14 anos, a taxa é de 68,8%, enquanto crianças de até 4 anos apresentam a menor saída, de 41,26%. O público analisado é classificado como a "segunda geração" do programa, criado em 2003.

O professor de economia da FGV, Valdemar Pinho Neto, autor do estudo, classifica o Bolsa Família não apenas como um alívio à pobreza imediata, mas também como mecanismo de mobilidade social. Ele destaca a importância das condicionalidades de saúde e educação, como frequência escolar, cobertura vacinal e exames pré-natais, que contribuem para o desenvolvimento de capital humano.

Segundo o estudo, entre os adolescentes que saíram do programa, 28,4% tinham vínculo formal de trabalho dez anos depois, e 52,67% haviam deixado o Cadastro Único, porta de entrada para programas sociais voltados à população mais vulnerável.

O levantamento também aponta que fatores socioeconômicos influenciam a saída do programa:

  • Regiões urbanas registram taxa de saída de 67% entre jovens de 6 a 17 anos, contra 55% em áreas rurais;

  • Jovens em famílias com pessoa de referência empregada com carteira têm taxa de saída de 79,4%, superior a trabalhadores sem carteira (57,51%) ou por conta própria (65,54%);

  • Escolaridade do responsável impacta na saída: 70% para famílias com ensino médio completo, ante 65,31% com apenas fundamental completo.

O ministro Wellington Dias afirmou que o Bolsa Família é um ponto de partida para combater a fome e possibilitar que crianças estudem e adultos trabalhem.

A pesquisa também traz dados do Novo Bolsa Família, iniciado em 2023, mostrando que em três anos cerca de 31,25% dos beneficiários observados deixaram o programa. Entre jovens de 15 a 17 anos, a saída foi de 42,59%. O estudo destaca a importância de mecanismos de transição suave, como a regra de proteção — que garante retorno ao programa caso o beneficiário perca o emprego — e o Programa Acredita, que oferece microcrédito a empreendedores de baixa renda.

Atualmente, o Bolsa Família atende 18,65 milhões de famílias, com benefício médio de R$ 683,28, custando R$ 12,69 bilhões em novembro de 2025.

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