
A cúpula virtual do Brics realizada nesta segunda-feira (8) serviu como plataforma para reafirmar o compromisso dos países membros com o multilateralismo e a reforma das instituições internacionais. Segundo nota oficial da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), a reunião concentrou-se em debater os riscos causados pelo aumento de medidas unilaterais no cenário global e a importância de ampliar a solidariedade e a coordenação entre os países do bloco.

“Diante da crescente instabilidade internacional, tanto no campo econômico como no político, o Brics reafirmou seu compromisso com a preservação e o fortalecimento do multilateralismo, bem como com a reforma das instituições internacionais”, informou a Secom.
Durante o encontro, os líderes dos países membros fizeram um balanço da atual conjuntura global e chegaram a um consenso sobre a urgência de construir uma nova ordem internacional. De acordo com o governo brasileiro, essa ordem deve ser mais “justa, equilibrada e inclusiva”, com capacidade de refletir as transformações em curso e atender às demandas específicas do Sul Global.
A nota da Secom também destacou que o Brics “permanecerá empenhado em contribuir ativamente para a paz, para a defesa do multilateralismo e para a construção de soluções coletivas para os desafios globais”.
O evento, conduzido por videoconferência, foi fechado à imprensa, e as falas completas dos líderes não foram divulgadas oficialmente. No entanto, a Presidência da África do Sul publicou em seu canal do YouTube um trecho do discurso de Cyril Ramaphosa, confirmando a participação dos chefes de Estado e representantes dos 10 países que hoje compõem o bloco.
Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Ramaphosa, participaram da cúpula:
- Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, presidente do Egito
- Prabowo Subianto, presidente da Indonésia
- Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan, príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos
- Taye Atske Selassie, presidente da Etiópia
A reunião reforça o posicionamento que o presidente Lula tem adotado em fóruns internacionais desde o início de seu mandato: defender uma governança global mais representativa e que valorize as vozes do Sul Global. Em diversas ocasiões, o chefe de Estado brasileiro já defendeu a reformulação do Conselho de Segurança da ONU e da Organização Mundial do Comércio (OMC), com vistas a garantir maior equidade nas decisões geopolíticas e econômicas internacionais.
