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ECONOMIA

Lula defende Lei da Reciprocidade para reagir a tarifa de Trump

Presidente critica medida dos EUA e diz que Brasil pode aplicar retaliação equivalente de 50% sobre produtos americanos

11 julho 2025 - 09h55Gabriel Hirabahasi e Gabriel de Souza
Lula anuncia articulação com empresários e critica tom da carta enviada por Trump: Absurda e desrespeitosa.
Lula anuncia articulação com empresários e critica tom da carta enviada por Trump: "Absurda e desrespeitosa". - (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta quinta, 10, o uso da Lei de Reciprocidade para responder ao tarifaço imposto pelo líder americano, Donald Trump, na quarta-feira. "Temos vários caminhos. Podemos recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio), propor investigações internacionais, cobrar explicações. Mas o principal é a Lei da Reciprocidade, aprovada no Congresso. Se ele cobrar 50% da gente, a gente vai cobrar 50% dele", disse Lula ao Jornal da Record.

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Lula classificou a carta enviada por Trump - com o aviso da imposição de tarifa de 50% a produtos exportados para os EUA - como "absurda" e disse que não é costume enviar recados, por redes sociais, para chefes de Estado. Disse ainda que cabe ao Legislativo e ao Judiciário brasileiro estabelecer e cumprir leis.

O presidente afirmou também que deve criar um comitê de emergência com empresários que terá atuação diária, com objetivo de repensar a política comercial do País com os EUA. Lula classificou como "falsa" a justificativa de Trump para a imposição da tarifa de 50%. "Ele alega que os Estados Unidos têm déficit com o Brasil, mas isso não é verdade. Em 2023, exportamos US$ 40 bilhões e importamos US$ 47 bilhões dos EUA. Tivemos um déficit de US$ 7 bilhões. E, se somarmos os últimos 15 anos, o Brasil acumulou déficit de US$ 410 bilhões com os americanos. Será que ninguém do Tesouro explicou isso para ele antes de escrever aquela carta absurda?", disse. "Se ele conhecesse um pouco do Brasil, teria mais respeito. O Brasil tem 201 anos de relação diplomática com os EUA, uma relação virtuosa, de benefício mútuo. Eu me dei bem com todos os presidentes americanos, porque o Brasil é um país de diálogo."

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