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19 de dezembro de 2025 - 15h34
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ORÇAMENTO 2026

Relator do Orçamento corta despesas obrigatórias e pressiona equipe econômica do governo Lula

Redução em benefícios previdenciários e seguro-desemprego provocou reação do Planalto na CMO

19 dezembro 2025 - 13h35Daniel Weterman
Relator Isnaldo Bulhões promoveu cortes em despesas obrigatórias no Orçamento de 2026, gerando reação do governo.
Relator Isnaldo Bulhões promoveu cortes em despesas obrigatórias no Orçamento de 2026, gerando reação do governo. - Foto: Reprodução Câmara dos Deputados

O relator do Orçamento de 2026 no Congresso Nacional, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), promoveu cortes em despesas obrigatórias e em programas considerados estratégicos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que provocou uma mobilização da equipe econômica às vésperas da votação do parecer na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

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Como antecipado pelo Estadão, Bulhões retirou R$ 6,2 bilhões dos benefícios previdenciários para conseguir fechar a proposta orçamentária. Trata-se de despesas obrigatórias que, historicamente, pressionam as contas públicas e costumam exigir reforço de recursos ao longo do exercício, e não redução.

Além disso, o relator também cortou R$ 391 milhões do seguro-desemprego, outro item sensível do Orçamento federal e que costuma ter aumento de gastos durante o ano, em função do cenário econômico e do mercado de trabalho.

A manutenção desses cortes amplia a pressão sobre outras áreas do Orçamento, principalmente investimentos e despesas discricionárias do governo federal. Na prática, caso as previsões se confirmem insuficientes, o Executivo pode ser obrigado a remanejar recursos ao longo de 2026 para cobrir gastos obrigatórios, reduzindo espaço para investimentos e políticas públicas.

Diante do impasse, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, foi pessoalmente à Comissão Mista de Orçamento para negociar ajustes no parecer com o relator antes da votação.

Além das despesas previdenciárias e do seguro-desemprego, programas considerados prioritários pelo governo também sofreram cortes para abrir espaço a emendas parlamentares. O Auxílio Gás teve o orçamento reduzido de R$ 5,1 bilhões para R$ 4,7 bilhões.

Já o programa Pé-de-Meia, uma das vitrines do governo Lula na área educacional, caiu de R$ 12 bilhões para R$ 11,5 bilhões. O Bolsa Família, principal programa social do país, permaneceu com R$ 159,5 bilhões, sem alteração no relatório apresentado.

O parecer de Isnaldo Bulhões prevê um superávit de R$ 34,5 bilhões nas contas públicas em 2026. Ao mesmo tempo, o texto reserva R$ 61 bilhões para emendas parlamentares, em um ano marcado por eleições gerais, o que aumentou a pressão política sobre o governo.

Diante das críticas e das negociações em curso, o relator deve apresentar uma complementação ao parecer com ajustes nos números antes da votação final na comissão.

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