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FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA

Receita Federal começará a enquadrar fintechs como instituições financeiras a partir de sexta-feira

Medida visa aumentar a fiscalização e combater a lavagem de dinheiro no setor, incluindo fintechs na obrigação de reportar movimentações financeiras

28 agosto 2025 - 13h05Giordanna Neves e Cícero Cotrim
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala sobre fiscalização de fintechs e combate ao crime organizado
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala sobre fiscalização de fintechs e combate ao crime organizado - Foto: Wilton Junior/Estadão
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (28) que a Receita Federal passará a enquadrar as fintechs como instituições financeiras a partir de amanhã, 29 de agosto. A medida visa aumentar o poder de fiscalização sobre essas instituições, que têm sido utilizadas em esquemas de lavagem de dinheiro pelo crime organizado, conforme explicou Haddad.

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“A partir de amanhã, as fintechs terão que cumprir rigorosamente as mesmas obrigações que os grandes bancos”, afirmou o ministro. Ele explicou que, por meio de uma instrução normativa, a Receita Federal vai exigir das fintechs os mesmos esclarecimentos sobre movimentações financeiras que os grandes bancos já são obrigados a prestar.

Inclusão das fintechs na e-Financeira

Com a mudança, as fintechs deverão enviar informações sobre saldos, movimentações e aplicações financeiras para a e-Financeira, um sistema da Receita Federal que já é utilizado pelas instituições financeiras tradicionais. Isso permitirá que a Receita tenha acesso a dados de transações financeiras realizadas pelas fintechs, facilitando a identificação de esquemas de lavagem de dinheiro.

Atualmente, as fintechs ficam fora do radar da Receita, o que dificulta o monitoramento do setor e aumenta os riscos de crimes financeiros. O governo espera que, com a implementação da norma, o controle sobre essas plataformas seja mais eficaz.

Combate ao crime organizado

A medida é parte de um esforço mais amplo do governo para combater o crime organizado, especialmente nas áreas da lavagem de dinheiro e fraudes fiscais. Durante uma coletiva de imprensa, Haddad mencionou três operações deflagradas nesta quinta-feira contra o crime organizado, que atingiram diretamente a região da Faria Lima, em São Paulo, um dos principais centros financeiros do país.

Além da fiscalização sobre fintechs, Haddad comentou a proposta do projeto do devedor contumaz, que também visa fortalecer o combate ao crime econômico. A medida busca punir empresas que deixam de pagar impostos de forma reiterada, facilitando o trabalho da Receita Federal em combater esquemas fraudulentos, como o de abrir e fechar CNPJs para escapar do pagamento de tributos.

Perspectivas no Congresso

O projeto do devedor contumaz ainda enfrenta obstáculos no Congresso, mas é visto como um passo importante para endurecer as regras para empresas que persistem em não pagar seus impostos. Segundo Haddad, a tipificação do devedor contumaz ajudaria a impedir manobras usadas por criminosos para evitar o cumprimento de suas obrigações fiscais.

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