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TARIFA

Conta de luz sofre reajuste médio de 1,33% em MS

Novo valor começa a valer nesta terça-feira; tarifa para consumidores residenciais sobe menos de 1%

7 abril 2025 - 10h30Carlos Guilherme
Reajuste aprovado pela Aneel altera valores em todos os 74 municípios atendidos pela Energisa MS
Reajuste aprovado pela Aneel altera valores em todos os 74 municípios atendidos pela Energisa MS - (Foto: Arquivo)

Reajuste médio de 1,33% na tarifa de energia elétrica entra em vigor a partir desta terça-feira (8) em Mato Grosso do Sul. A mudança afeta os 74 municípios atendidos pela Energisa/MS e foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), como parte do Reajuste Tarifário Anual (RTA), procedimento previsto para recomposição de custos operacionais das distribuidoras.

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O impacto para consumidores residenciais e pequenos comércios — que fazem parte do grupo de baixa tensão — será menor, com alta de 0,69%. Já os consumidores de média tensão, como indústrias e grandes estabelecimentos, terão aumento de 3,09%.

Apesar de a inflação acumulada no período considerada para o cálculo ter sido de 8,46%, o reajuste ficou abaixo devido a uma série de compensações tarifárias e quitação de encargos que ajudaram a amenizar o impacto.

Entre os principais fatores que contribuíram para o índice final mais baixo, estão:

1. Devolução de valores do PIS/Cofins
Conforme a Lei nº 14.385/22, a Aneel determinou a devolução aos consumidores de valores cobrados indevidamente por décadas, após decisão do Supremo Tribunal Federal que retirou o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. Na área da Energisa MS, a restituição chegou a R$ 151,7 milhões, o que reduziu a tarifa em 1,91%.

2. Fim da cobrança da Conta-COVID
Criada em 2020 para socorrer financeiramente as distribuidoras durante a pandemia, a Conta-COVID foi quitada em setembro de 2024. Sua retirada do cálculo da tarifa impactou negativamente o reajuste em 1,68%.

3. Redução nos custos de transmissão
A queda nas Tarifas de Uso dos Sistemas de Transmissão (TUST) e Distribuição (TUSD), aliada a novos contratos com concessionárias do grupo Energisa, provocou impacto negativo de 1,24% no índice.

4. Encerramento da Conta Escassez Hídrica
Criada durante a crise hídrica de 2021 para custear a geração emergencial de energia por usinas térmicas, essa cobrança também foi encerrada em setembro do ano passado, contribuindo com uma redução adicional de 1,71% na tarifa.

5. Outros componentes menores
Itens como custos de rede básica, encargos setoriais, transporte de energia de Itaipu e custos de conexão também puxaram o índice para baixo, somando aproximadamente 2% de alívio tarifário.

O reajuste atual segue a rotina de correção anual estabelecida pela Aneel. Diferentemente da Revisão Tarifária Periódica (RTP), que acontece a cada quatro anos e inclui avaliação ampla da estrutura de custos, expansão da rede e investimentos, o RTA se limita à recomposição dos valores com base em variações inflacionárias e outros fatores econômicos do setor elétrico.

Em 2025, a Energisa MS não passou pela RTP, o que mantém o foco do reajuste apenas nas atualizações de custos operacionais.

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