
A redução nos preços de itens básicos da alimentação teve papel decisivo no comportamento da inflação em dezembro. Leite longa vida, tomate e arroz registraram quedas expressivas e, juntos, evitaram uma pressão maior sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que fechou o mês com alta de 0,25%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os recuos desses três produtos contribuíram com um impacto negativo de 0,08 ponto porcentual no índice. O tomate apresentou a maior variação, com queda de 14,53%, seguido pelo leite longa vida, que ficou 5,37% mais barato, e pelo arroz, com recuo de 2,37%. Esses itens lideraram o ranking de maiores influências para baixo na prévia da inflação oficial do País.
De forma individual, o leite longa vida respondeu por uma contribuição negativa de 0,04 ponto porcentual no IPCA-15 de dezembro. O tomate teve impacto de -0,03 ponto, enquanto o arroz ajudou a reduzir o índice em -0,01 ponto porcentual. Também figuraram entre os principais alívios os preços de automóveis usados e da energia elétrica residencial, ambos com impacto negativo de -0,01 ponto.
O movimento de queda nos alimentos aparece como um fator de alívio para o orçamento das famílias, especialmente em um período marcado por despesas extras de fim de ano. Embora o índice tenha fechado no campo positivo, a desaceleração em itens essenciais ajudou a limitar o avanço da inflação no mês.
Por outro lado, alguns serviços e produtos exerceram pressão significativa sobre o indicador. A maior contribuição para cima veio das passagens aéreas, que impactaram o índice em 0,09 ponto porcentual. Também pesaram no bolso do consumidor os aumentos nos preços do transporte por aplicativo, dos lanches consumidos fora de casa, das refeições em restaurantes e dos planos de saúde, cada um com impacto de 0,02 ponto porcentual.
O resultado de dezembro mostra um cenário misto para a inflação, com alívio em produtos básicos, mas pressão persistente em serviços, especialmente aqueles ligados a transporte e alimentação fora do domicílio. Esse comportamento ajuda a explicar por que, mesmo com quedas relevantes em alguns itens, o IPCA-15 permaneceu em alta no encerramento do ano.

