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DESCONTO INESPERADO 

Programa de redução de preços de carros pega governo de surpresa

Equilíbrio orçamentário em xeque: Ministérios da Fazenda e Planejamento enfrentam desafios para encaixar desconto em carros no orçamento

26 maio 2023 - 13h39Da redação
Membros da equipe econômica no escuro sobre detalhes do programa anunciado pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin; na foto, Simone Tebet (Planejamento) e Fernando Haddad (Fazenda).
Membros da equipe econômica no escuro sobre detalhes do programa anunciado pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin; na foto, Simone Tebet (Planejamento) e Fernando Haddad (Fazenda). - (Foto: Divulgação)
Terça da Carne

A equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi pega de surpresa pelo anúncio de uma nova política de subsídios para carros. O programa, revelado pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, prevê um corte de até 10% no preço de veículos que custam até R$ 120 mil.

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O plano consiste em reduzir o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e os impostos PIS/Cofins, resultando em uma redução de 1,5% a 10,96% no preço dos automóveis. No entanto, nem o Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, nem o Ministério do Planejamento, liderado por Simone Tebet, foram consultados ou participaram da elaboração do programa.

Os modelos mais baratos custam atualmente cerca de R$ 68.990, e o desconto máximo será de R$ 7.561, levando o valor do veículo a R$ 61.429, podendo chegar a menos de R$ 60.000. O governo espera que as indústrias automotivas paguem menos impostos para viabilizar essa redução.

No entanto, a falta de informações detalhadas sobre o programa torna difícil calcular o impacto fiscal. O governo terá 15 dias para apresentar os dados, mas até agora não foi divulgado nenhum detalhe concreto sobre os preços dos veículos.

Especialistas estimam que o custo fiscal da medida poderá chegar a R$ 4 bilhões por semestre. No entanto, sem informações precisas, o programa acaba sendo um "cheque em branco" para o governo.

A falta de coordenação entre os ministérios e a falta de transparência na definição do programa levantam preocupações sobre a consistência das políticas econômicas adotadas pelo governo. Enquanto o governo promete combater privilégios setoriais, reduzir impostos para as montadoras representa um desafio para o ajuste fiscal.

Com o anúncio, a equipe econômica enfrenta dificuldades em manter a coerência no controle de gastos, já que não há fontes confiáveis de recursos para custear os aumentos de despesas. Essa medida representa mais uma incerteza em relação à saúde financeira do país.

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