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ECONOMIA

PEC que retira plebiscito da privatização da Copasa avança na ALMG

Comissão de Constituição e Justiça aprova parecer que restringe mudança ao setor de saneamento; proposta segue para comissão especial

16 setembro 2025 - 16h15Elisa Calmon
PEC que retira exigência de plebiscito para privatização da Copasa avança na ALMG
PEC que retira exigência de plebiscito para privatização da Copasa avança na ALMG - Foto: Reprodução Copasa
ENERGISA

O processo de privatização da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) avançou mais uma etapa na noite de segunda-feira (15). A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, por quatro votos a dois, o parecer que elimina a necessidade de plebiscito para autorizar a venda da estatal.

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A medida está prevista na PEC 24/23, enviada pelo governador Romeu Zema (Novo). Originalmente, a proposta retirava tanto a exigência de consulta popular quanto a de quórum qualificado para a privatização de todas as estatais mineiras, incluindo Cemig (energia) e Gasmig (gás).

Mudança restrita ao saneamento

O relator, deputado Thiago Cota (PDT), apresentou um substitutivo que restringe a mudança apenas às companhias de saneamento. Com isso, a alteração passa a contemplar exclusivamente a Copasa e sua subsidiária Copanor, responsável por municípios do Norte e Nordeste de Minas.

Pela nova redação, a desestatização ou federalização dessas empresas, quando vinculada ao pagamento da dívida do Estado com a União, dependerá apenas de lei específica de iniciativa do governador – sem necessidade de plebiscito. Contudo, permanece a exigência de quórum qualificado: qualquer projeto de lei sobre o tema precisará do apoio de 48 dos 77 deputados estaduais.

Privatização ligada ao acordo da dívida

A venda da Copasa faz parte do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), que prevê condições especiais para Minas Gerais renegociar sua dívida com a União. Para acessar os benefícios, o governo mineiro precisa abater ao menos 20% do saldo devedor com privatizações ou entrega de ativos federais.

Críticas na CCJ

Durante a votação, parlamentares contrários à proposta criticaram a retirada da exigência de consulta popular. Deputados da oposição argumentaram que a gestão da água e do saneamento deve permanecer sob responsabilidade direta do Estado e que a sociedade deveria ser ouvida antes de qualquer decisão de privatização.

A PEC segue agora para análise de uma comissão especial, onde será apreciada em primeiro turno.

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