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Pela quarta semana consecutiva, o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), manteve a previsão de R$ 6,00 para a cotação do dólar no final de 2025. Para 2026, o cenário não é diferente: a projeção também estacionou em R$ 6,00 pela terceira semana seguida. Já para 2027, o mercado espera uma leve retração, com o dólar cotado a R$ 5,93, enquanto a estimativa para 2028 subiu de R$ 5,99 para R$ 6,00.

O Focus, compilado semanalmente com as expectativas de instituições financeiras, é uma bússola para entender as percepções de risco do mercado. Embora o câmbio esteja sujeito a variações diárias, essas previsões indicam uma perspectiva de estabilidade relativa – mas com o dólar em um patamar elevado.
Por que R$ 6,00? O que mantém essa projeção resistente é a combinação de fatores internos e externos. A incerteza fiscal no Brasil, com o mercado de olho em medidas como o arcabouço fiscal e as reformas econômicas, eleva o grau de cautela. Ao mesmo tempo, a política monetária global, especialmente as decisões do Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos, pressiona moedas emergentes como o real.
“Esse patamar de R$ 6,00 não é apenas um número arbitrário, mas o reflexo de uma expectativa de que o Brasil continue enfrentando desafios internos e externos”, comentou um economista ligado ao mercado financeiro.
Mudança na forma de cálculo: precisão ou incerteza? Desde 2020, o Focus alterou a forma de calcular a projeção anual de câmbio. Agora, a mediana é baseada na média da taxa ao longo de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil do ano. O objetivo do Banco Central com essa mudança foi aumentar a precisão e reduzir distorções de fim de ano, quando a volatilidade costuma ser maior.
No entanto, alguns analistas apontam que, mesmo com essa mudança, o mercado segue com projeções conservadoras, esperando uma manutenção das pressões cambiais devido à combinação de déficit fiscal e dependência externa.
O que esperar para o dólar nos próximos anos? Para que o dólar caia de forma significativa nos próximos anos, seria necessário que o Brasil apresentasse sinais claros de melhora em seus indicadores fiscais e no controle da inflação. Sem isso, o câmbio continuará flutuando em patamares elevados, refletindo as incertezas políticas e econômicas.
Enquanto isso, investidores, exportadores e importadores seguem atentos. Para os primeiros, o dólar alto pode significar melhores retornos em ativos internacionais. Para os segundos, a valorização cambial traz alívio nas exportações, mas pressiona quem depende de produtos importados.
No cenário atual, o mercado parece mandar um recado claro: sem reformas estruturais consistentes, o dólar continuará sendo uma preocupação de longo prazo no Brasil.
