
O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, levou nesta quarta-feira (23) à ministra do Planejamento, Simone Tebet, uma proposta direta para enfrentar um dos principais gargalos do setor produtivo no Brasil: o apagão da mão de obra. A reunião aconteceu na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

Durante o encontro, Longen apresentou o programa Acende, criado para permitir que beneficiários do Bolsa Família possam ingressar no mercado formal de trabalho sem perder o benefício nos dois primeiros anos de contrato. Segundo ele, a medida serviria como incentivo à formalização do emprego, especialmente em setores que enfrentam dificuldades para encontrar trabalhadores.
Sérgio Longen e Simone Tebet discutem proposta que estimula formalização de beneficiários do Bolsa Família durante reunião em Brasília (Foto: Conecte MS)
“A proposta é simples e objetiva: queremos que o governo assegure o direito de o beneficiário trabalhar com carteira assinada e continuar recebendo o Bolsa Família por um período de dois anos”, explicou Longen. “O medo de perder o benefício faz com que muitos optem por não se formalizar, mesmo com ofertas de emprego.”
Simone Tebet sinaliza apoio à proposta - Ministra do Planejamento, Simone Tebet demonstrou receptividade à ideia. Segundo participantes da reunião, ela se mostrou simpática ao conteúdo do programa e à proposta de integração social com foco na empregabilidade.
Atualmente, muitos beneficiários do programa social evitam migrar para o trabalho formal por receio de perder o auxílio. O presidente da Fiems argumenta que a regra, da forma como está, desestimula a movimentação no mercado e mantém trabalhadores em condição de dependência.
“O desafio hoje é esse: nós não temos mão de obra disponível. E, em muitos casos, os programas sociais acabam sendo o único vínculo de renda dessas pessoas. Mas isso não deveria impedir que elas trabalhassem com direitos assegurados”, afirmou Longen.
A ideia já foi formalmente apresentada ao Ministério do Trabalho e Emprego e, segundo Longen, precisa apenas de decisão política para avançar. Ele ressalta que a iniciativa tem caráter emergencial e não altera a essência do programa Bolsa Família, apenas cria um estímulo temporário à formalização de quem mais precisa.
