
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, defendeu nesta quarta-feira, 6, a aprovação urgente da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65, que assegura autonomia financeira e orçamentária à autarquia. Segundo Galípolo, a aprovação da medida é essencial para garantir a sustentabilidade do BC diante dos custos elevados com a manutenção de sistemas como o Pix.

"É essencial que a gente consiga avançar nessas agendas para que o Banco Central não sofra com, e seja vítima, das próprias entregas que ele fez", declarou o presidente do BC durante a Blockchain Rio, evento realizado no Rio de Janeiro. O banqueiro central ressaltou que a PEC permitirá ao BC ter os recursos necessários para manter o sistema de pagamentos instantâneos Pix na sua atual forma.
Atualmente, o BC tem enfrentado desafios relacionados ao custo de manutenção da infraestrutura tecnológica, que, conforme o presidente da autarquia, já consome grande parte do orçamento da instituição. "O gasto com tecnologia está caminhando para atingir metade do orçamento da autarquia. Até 70% do valor investido para inovação continua sendo gasto com manutenção dos sistemas", explicou Galípolo.
PEC 65: Avanços e desafios
A PEC 65 está parada desde o ano passado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, aguardando que o relator, senador Plínio Valério (PSDB-AM), receba sugestões do BC para que a medida possa ser votada. Galípolo afirmou que a aprovação da PEC é crucial para que o BC tenha o arcabouço institucional, financeiro e orçamentário necessário para manter sua capacidade de entregar inovações e serviços de excelência para a população.
"Se inventa todo tipo de versão e narrativa maluca, quando, na verdade, o que a gente enxerga é o contrário: a gente precisa seguir avançando e garantir ao Banco Central que ele tenha um arcabouço legal, institucional, financeiro e orçamentário", afirmou Galípolo. Segundo ele, sem esse avanço, o orçamento do BC pode ser "espremido" e a autarquia não conseguirá sustentar os serviços que vem prestando.
Riscos de não aprovar a PEC
Galípolo destacou que, sem a aprovação da PEC, o Banco Central pode ser prejudicado pela crescente demanda de manutenção das inovações que foram implementadas ao longo dos anos, especialmente o Pix. O sistema de pagamentos instantâneos, um dos maiores avanços da autarquia, é descrito como um "sucesso", mas também exige investimentos constantes para continuar funcionando com excelência.
