
A possível venda da Warner Bros. para a Netflix ou Paramount acendeu o alerta em redes de cinema e no setor de shopping centers no Brasil. A negociação envolve os estúdios, a HBO e o serviço HBO Max, e pode acelerar a concentração de lançamentos no streaming, reduzindo a presença de grandes filmes nas salas.
Associações do setor, como Abraplex e Feneec, criticaram a transação. Para elas, gigantes do streaming podem impor prazos curtos entre o lançamento nos cinemas e a estreia nas plataformas, o que desestimula o público a sair de casa. Hoje, a janela média é de 45 dias. As entidades pedem que esse intervalo mínimo seja de 63 dias.
Dados mostram que 60% do público no Brasil já prefere esperar os filmes no streaming. Isso pressiona ainda mais os cinemas, cuja bilheteria segue 37% abaixo dos níveis pré-pandemia.
O movimento nos shoppings, que ainda está 22% menor do que em 2019, também pode ser afetado. O lançamento de “Barbie”, em 2023, é citado como exemplo de como um filme pode impulsionar as vendas e o fluxo em centros comerciais.
Consultores avaliam que menos estreias relevantes no cinema impactam diretamente a visitação nos shoppings. No entanto, afirmam que os empreendimentos têm se adaptado com novos atrativos para manter o público.
Venda ainda sem definição - A Netflix apresentou proposta de compra da Warner na sexta-feira (5). Já a Paramount fez uma oferta completa na segunda-feira (8). O desfecho da negociação ainda está indefinido.

