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ECONOMIA

Pix gerou economia de R$ 106,7 bi aos brasileiros desde seu lançamento, diz estudo

Sistema de pagamentos do BC reduziu custos com TEDs e taxas de cartões entre 2020 e 2025; impacto anual pode chegar a R$ 40 bi até 2030

13 agosto 2025 - 11h51
Estudo do Movimento Brasil Competitivo aponta redução de custos com TED e débito e prevê economia anual de R$ 40 bilhões até 2030
Estudo do Movimento Brasil Competitivo aponta redução de custos com TED e débito e prevê economia anual de R$ 40 bilhões até 2030 - (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, proporcionou uma economia estimada em R$ 106,7 bilhões para empresas e consumidores brasileiros desde seu lançamento, em novembro de 2020, até junho de 2025. A estimativa é de estudo do Movimento Brasil Competitivo (MBC), entidade que reúne empresários e representantes da sociedade civil para debater o desenvolvimento econômico do país.

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Segundo o levantamento, a economia resulta da substituição de transferências via TED — que, em muitos casos, têm tarifas — e de pagamentos com cartões de débito, que geram custos aos lojistas. Apesar de o Pix para empresas também ter tarifas, elas são significativamente menores do que as dos meios tradicionais.

O estudo se baseou em dados públicos do Banco Central para estimar quanto seria gasto caso esses meios mais caros continuassem predominando. A diferença em relação ao que foi efetivamente pago com o uso do Pix representa a economia acumulada com a ferramenta.

“O efeito é duplo: por um lado, há menos TEDs sendo feitas; por outro, mais pessoas estão pagando empresas com Pix em vez de débito. Ambos os movimentos representam redução de custo real para o sistema”, afirmou Rodolpho Tobler, economista do MBC e responsável pelo estudo.

Só no primeiro semestre de 2025, a economia estimada foi de R$ 18,9 bilhões. A projeção é que, mantido o ritmo de adesão, o Pix possa gerar uma economia anual de R$ 40,1 bilhões até 2030.

Crescimento e impacto - O Pix se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, ultrapassando o uso do dinheiro. Desde o lançamento, o sistema recebeu atualizações com funcionalidades como Pix Saque, Pix Troco e Pix Automático. Entre os próximos recursos previstos estão o Pix parcelado e o Pix com garantia.

Além da economia direta, o MBC aponta efeitos indiretos do sistema, como estímulo à formalização de pequenos negócios e maior inclusão financeira da população.

“O Pix representou uma mudança estrutural no sistema financeiro. É uma política pública que reduziu custos, ampliou a eficiência e melhorou o ambiente de negócios”, afirmou Tatiana Ribeiro, diretora-executiva do MBC.

Governança em debate - O relatório também levanta questionamentos sobre a governança do sistema, operado e regulado exclusivamente pelo Banco Central. A centralização, segundo o estudo, foi essencial na fase de implementação, mas pode demandar ajustes para garantir a neutralidade, sustentabilidade e inovação contínua do sistema.

O MBC cita como referência sistemas internacionais semelhantes, como o UPI (Índia), o FPS (Reino Unido) e o Swish (Suécia). Segundo o estudo, é incomum que uma única instituição concentre as funções de operação e regulação do sistema de pagamentos, como ocorre no modelo brasileiro.

Em julho, o governo dos Estados Unidos anunciou uma investigação contra o Brasil por supostas práticas desleais em serviços de pagamento eletrônico, em meio à ampliação do uso do Pix. Embora o sistema não tenha sido citado nominalmente, analistas associaram o processo à dominância crescente do Pix sobre outros meios de pagamento.

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