
O PIB de Mato Grosso do Sul cresceu 13,9% em 2023, segundo o IBGE, marcando a segunda maior alta entre os estados brasileiros e confirmando o bom momento da economia local.
O dado é o destaque do Termômetro do Varejo de novembro, divulgado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de MS (FCDL-MS), que também revela desafios no comércio e no crédito, apesar do ambiente macroeconômico favorável.
O levantamento traça um panorama com indicadores sobre vendas, emprego, inflação, crédito e balança comercial, e aponta um cenário de recuperação ainda moderada. De 2002 a 2023, o estado cresceu a uma média anual de 3,7%, desempenho acima da média nacional, que ficou em 2,2%.
Mesmo com o crescimento da economia, as vendas do varejo caíram 0,5% em setembro, tanto no comércio ampliado quanto no restrito. No acumulado de 2025, o varejo ampliado apresenta alta discreta de 1,1%, enquanto o varejo restrito ainda recua 0,1%.
No mercado de trabalho, o saldo é positivo. Foram criadas 1.379 vagas com carteira assinada em setembro, puxadas pela construção civil e comércio. No acumulado do ano, já são 30.869 novos postos no estado. Campo Grande registrou 565 contratações no mês, com 101 delas no comércio, e soma 8.107 vagas formais em 2025.
A inflação também dá sinais de alívio. O IPCA de Campo Grande acumulou 3,8% até outubro, abaixo dos 4,64% registrados no mês anterior. A principal desaceleração vem dos alimentos, que saíram de 10,3% em abril para 4,1%, favorecendo o poder de compra, sobretudo das famílias de baixa renda.
Na balança comercial, MS manteve superávit robusto de US$ 6,9 bilhões entre janeiro e outubro. As exportações cresceram 4,2% e as importações caíram 8,5%. A celulose lidera as vendas externas com 29,3% do total, seguida da soja, com 24,5%.
O crédito no estado alcançou R$ 136,8 bilhões, com expansão de 7,6% para pessoas físicas e 19,1% para empresas. Apesar do ritmo mais moderado, o volume ainda sustenta o consumo e os investimentos.
O relatório também traz a análise do deputado estadual Renato Câmara, coordenador da Frente Parlamentar do Varejo, que destaca os desafios diante da reforma tributária e da nova rota bioceânica.
O coordenador da Frente Parlamentar do Varejo, deputado Renato Câmara
“A Frente Parlamentar tem um papel muito importante no espaço que se abre na Assembleia Legislativa para poder discutir vários desafios em relação ao comércio varejista e de serviços, principalmente porque vivemos um momento de muitas transformações, entre eles a questão tributária que vai ser implantada agora em 2026 e seguir até 2033, quando o novo sistema estará plenamente em vigor", explica.

