
Os petroleiros do Norte Fluminense decidiram suspender a greve iniciada no último dia 15 e aceitar a mais recente contraproposta apresentada pela Petrobras no âmbito do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A decisão foi tomada em assembleia realizada na manhã desta terça-feira (30) e confirmada pela Federação Única dos Petroleiros (Fup).
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), maior entidade representativa da categoria no país e filiada à Fup, foi o último a deliberar pelo fim da paralisação. Com isso, a greve permanece apenas entre sindicatos ligados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), nas bases do Litoral Paulista, Amazônia e Sergipe/Alagoas, que aguardam o julgamento do dissídio coletivo marcado para o próximo dia 2, no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Apesar da suspensão da greve, os trabalhadores aprovaram a manutenção do Estado de Assembleia Permanente e do Estado de Greve. A medida tem como objetivo garantir que a Petrobras cumpra integralmente as cartas-compromisso encaminhadas ao sindicato durante o processo de negociação.
Segundo a Fup, a decisão faz parte de uma estratégia de diálogo adotada para superar os impasses que motivaram a paralisação. Também foi aprovado, em assembleia, o desconto assistencial correspondente a 1% do salário líquido dos trabalhadores, que será aplicado em três parcelas, destinado ao fortalecimento da atuação sindical.
Para o coordenador-geral do Sindipetro-NF e diretor da Fup, Sérgio Borges, a mobilização trouxe resultados concretos para a categoria. “Essa greve mostrou, mais uma vez, que a luta organizada traz resultados concretos. A mobilização iniciada no dia 15 garantiu avanços importantes no acordo e compromissos fundamentais da empresa com demandas históricas do Norte Fluminense”, afirmou.
De acordo com Borges, entre os principais pontos conquistados estão o compromisso da Petrobras com a resolução dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs), a reavaliação de desimplantes considerados injustos, melhorias no processo de incorporação dos trabalhadores de Cabiúnas e avanços na cláusula da folga suprimida.
O dirigente também destacou garantias relacionadas à participação na greve. “Conquistamos a neutralização dos dias parados, o pagamento do dia de desembarque como hora extra, a criação do Auxílio Mercado e a complementação do Auxílio Deslocamento. Além disso, ficou assegurado que não haverá punições, transferências ou mudanças de regime para os grevistas”, explicou.
Mesmo com pontos ainda em negociação, a avaliação do sindicato é de que o movimento fortaleceu a organização da categoria e estabeleceu compromissos relevantes por parte da empresa. “Saímos dessa campanha mais fortes, organizados e com conquistas que só foram possíveis graças à mobilização da categoria”, concluiu Sérgio Borges.


